O ex-presidente dos EUA Donald Trump aumentou a sua equipa jurídica, no caso das buscas domiciliárias do FBI, com o advogado Chris Kise, ex-procurador-geral da Florida e próximo do governador deste Estado, Ron DeSantis, noticiaram esta terça-feira os media norte-americanos.

Conhecido como um advogado feroz em casos políticos, Chris Kise ganhou quatro processos perante o Supremo Tribunal dos EUA e vários perante o Supremo da Florida.

Segundo o canal NBC News, Kise pode até aparecer como advogado em representação do magnata republicano num tribunal federal da Florida na próxima quinta-feira.

O Departamento de Justiça norte-americano informou esta terça-feira uma juíza federal de que já concluiu a revisão de documentos extraídos durante as buscas à residência de Donald Trump, que possivelmente contêm informações cobertas pelo privilégio advogado-cliente.

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A carta do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA) surgiu depois de, através de uma ordem provisória emitida no fim de semana, a juíza federal Aileen Cannon se ter mostrado inclinada a nomear um perito independente para supervisionar as buscas realizadas em 8 de agosto por agentes do FBI, conforme solicitado pelo ex-presidente.

Numa moção apresentada esta terça-feira no tribunal federal da Florida, o Departamento de Justiça observou que, antes dessa ordem provisória no sábado, uma equipa especial identificou “um conjunto limitado de materiais que potencialmente contêm informações privilegiadas advogado-cliente”, cuja revisão já foi concluída e agora e está no processo de “resolver potenciais disputas de privilégios”.

Nesse sentido, o Departamento de Justiça disse que fornecerá mais informações durante a semana, além de responder a outras perguntas levantadas pela magistrada.

A juíza convocou ambas as partes para uma audiência na próxima quinta-feira num tribunal federal de West Palm Beach para tratar da ação movida pelo ex-presidente, que pediu a nomeação de um especialista independente para supervisionar o caso das buscas à sua casa em Mar-a-Lago.

Através da sua advogada Lindsey Halligan, Trump também solicitou um documento mais detalhado sobre o material que foi apreendido e a devolução de tudo o que não constava na ordem judicial que autorizou a busca feita em 08 de agosto, durante a qual o FBI recuperou documentos altamente sigilosos.

Na última sexta-feira, o Departamento de Justiça divulgou uma versão editada da declaração que justificava as buscas à casa do ex-presidente.

De acordo com essa “declaração juramentada”, a busca foi motivada pela descoberta, há meses, de documentos sigilosos, alguns deles contendo informações “ultrassecretas”, em caixas que estiveram em Mar-a-Lago — a residência e clube do ex-presidente na Florida — e que foram devolvidas em janeiro deste ano ao Arquivo Nacional.

Nenhum espaço de Mar-a-Lago tem autorização para guardar material sigiloso, conforme se lê no documento divulgado com as justificações do FBI para a busca à mansão, e no qual indica ainda que existe “causa provável para acreditar que serão encontradas evidências de obstrução”.