O general António Egídio de Sousa Santos, chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas, assinou este sábado o despacho que coloca, desde este domingo, 4 de setembro, e até ao próximo dia 20, as Forças Armadas do país em “prontidão combativa elevada”.
Este estado, cuja declaração foi avançada pela imprensa angolana, visa prevenir “incidentes que perturbem a ordem e tranquilidade públicas” e “proporcionar a manutenção da defesa e segurança do território nacional” e coincide com o fim do prazo determinado para o Tribunal Constitucional do país dar resposta aos recursos interpostos por UNITA e CASA-CE, partidos da oposição, que denunciaram uma série de irregularidades no processo eleitoral — foi na passada segunda-feira que o presidente da Comissão Nacional Eleitoral proclamou o MPLA de João Lourenço como vencedor, com 51,17% dos votos, seguido da UNITA, que não foi além dos 43,95%.
Segundo o Novo Jornal, nos próximos 16 dias, com “particular incidência na província de Luanda”, não serão tolerados quaisquer protestos e tumultos. O documento assinado este sábado prevê que “sejam reforçadas em todo o território nacional as medidas de defesa e segurança dos principais objetivos economico-estratégicos” e que a Polícia Militar se una à Polícia Nacional para “intensificar o patrulhamento” nos centros urbanos e suburbanos.
No texto, o chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas ordena ainda “o controlo do movimento de colunas militares e restrições na saída de aeronaves militares” e a “recolha do pessoal e viaturas militares que transgridam as normas e disposições contidas neste despacho”, pelo que se depreende que existam receios de que os militares possam juntar-se aos potenciais protestos contra a vitória do MPLA.