A Câmara de Leiria, de maioria socialista, aprovou esta terça-feira a manutenção das taxas do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), da Derrama e da participação variável no Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) para 2023.

Segundo as propostas esta terça-feira aprovadas, o IMI mantém-se na taxa mínima, em 0,3% (existindo ainda a possibilidade de minoração no caso de imóveis em Áreas de Reabilitação Urbana e de majoração para os prédios urbanos degradados nestas mesmas áreas), a Derrama em 1,5% para as empresas com lucro superior a 150 mil euros e, no âmbito do IRS, em 05%.

Na reunião do executivo municipal, o vereador social-democrata Daniel Marques desafiou a maioria a descer para 1% a taxa da Derrama, considerando ser “premente apoiar as empresas” e classificando esta possibilidade como um “gesto de apreço para os empresários e investidores que decidam manter a sede social no concelho”.

O presidente da autarquia, Gonçalo Lopes, contrapôs com a importância dos impostos na receita dos municípios, destacando que “qualquer redução, neste momento, de receita, implica, naturalmente, um forte constrangimento ao plano de investimentos”.

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Este tipo de imposto tem sido uma importante fonte de receita para as nossas finanças. Ao contrário do que foi o pacote de medidas que foi anunciado [na segunda-feira, pelo Governo, devido ao aumento da inflação e do custo da energia], as autarquias veem as suas despesas a aumentar sem qualquer tipo de compensação do Estado”, afirmou Gonçalo Lopes.

O socialista reconheceu que vão existir “muitas dificuldades este ano e no próximo, para conseguir vencer o aumento do custo, principalmente, da energia”, considerando que “não seria razoável proceder à diminuição de impostos” quando aumenta a inflação e é necessário “manter as contas do município equilibradas”.

De acordo com informação da Câmara, “o Regulamento de Apoio ao Investimento e à Criação de Emprego no concelho de Leiria prevê também isenções totais e parciais ao nível do IMI e ao nível da Derrama”, para empresas que cumpram um destes critérios: volume de negócios igual ou inferior a 150 mil euros ou volume de negócios superior àquele valor, com sede no concelho, e que, no último ano económico, tenham criado um mínimo de três postos de trabalho.

Quanto à participação variável do município no IRS, o vereador do PSD Álvaro Madureira propôs a descida para 03%, defendendo que “as famílias merecem neste contexto”.

O presidente do município retorquiu que a forma correta de distribuir o dinheiro que representaria essa descida — dois milhões de euros — passa por “justiça [social]” que a autarquia considerar adequada.

Nas propostas apresentadas pela maioria socialista, o PSD votou contra a taxa da Derrama e da participação variável no IRS.