A ministra da Coesão Territorial salientou esta terça-feira que o caminho nacional de médio e longo prazo na área da energia passa por aumentar a produção e a oferta do fornecimento a partir de fontes não poluentes.

Além dos apoios diretos [do Estado], o caminho para as empresas vai ter de ser mesmo o de aumentar a oferta de energia limpa. Todos os apoios que temos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e Portugal 2030 vão nesse sentido”, disse Ana Abrunhosa, em Penela, no distrito de Coimbra.

A governante, que falava aos jornalistas no final de uma visita à empresa de metalomecânica SIRL, uma das maiores fabricantes mundiais de betoneiras, referiu que aquele é “o único caminho que existe, sob pena de o país ficar dependente de países cuja geopolítica é instável”.

A ministra da Coesão Territorial disse que verifica com agrado que, nos últimos tempos, a produção de energia elétrica limpa tem vindo a aumentar no país, “com a vantagem de os territórios do interior serem os mais adequados para produzir energia a partir de fontes limpas”.

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“Essa é também uma grande oportunidade para estes territórios do interior, onde temos solo e recursos disponíveis para produzirmos energia a partir de fontes limpas, porque não há pacote que apoie se não fizermos o caminho de produzir energia de fontes renováveis”, sublinhou.

Sobre o pacote de ajudas às empresas para ajudar a minimizar os impactos da subida dos preços da energia e da inflação, Ana Abrunhosa reiterou que o Governo aguarda pela reunião de sexta-feira da União Europeia para depois apresentar um conjunto apoios, como foi feito para a população.

Preocupa-nos muito as empresas que consomem gás, em que a SIRL é um dos exemplos, com os custos a quintuplicarem de 3.000 euros mensais para 15 mil”, frisou, recordando que o Governo já tem uma medida de apoio para os grandes consumidores, “embora tenha sido referido que é insuficiente”.

Segundo a governante, depois de se perceber o que será feito a nível da União Europeia, continuar-se-á a trabalhar no pacote de apoio às empresas, que vai complementar o pacote de apoio às famílias, sempre com a preocupação de que as “medidas não provoquem inflação”.

Nascida numa garagem com 25 metros quadrados, em 1988, a SIRL, situada na zona industrial de Penela, está distribuída por cinco unidades fabris e emprega cerca de 150 pessoas, das quais 40% são mulheres.

Com uma faturação de 32 milhões de euros anuais, exporta mais de 70% da sua produção para 88 países de todos os continentes mundiais e prepara a construção de uma sexta unidade para produzir uma betoneira inovadora, com carro de transporte acoplado.