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Os últimos dias têm sido de avanços para a Ucrânia, mas Antony Blinken alerta que é “demasiado cedo” para antecipar o resultado da contraofensiva do exército ucraniano no nordeste do país contra as forças da Rússia. Ainda assim, o secretário de Estado norte-americano acredita que existem “claramente progressos significativos da parte ucraniana”.

As primeiras horas do 202.º dia da guerra ficam ainda marcadas pelo abandono das forças russas da cidade de Kreminna, no leste da Ucrânia. A cidade está “completamente vazia” e a bandeira ucraniana foi hasteada, avançou Serhiy Haidai, governador da região de Lugansk.

Nas últimas horas, Oleksiy Arestovych, conselheiro do Presidente da Ucrânia, revelou que a contraofensiva para recuperar os territórios ocupados continua, mas abrandou um pouco.

“A contraofensiva continua, mas diminuiu ligeiramente, porque a maioria das forças ucranianas está a lutar para capturar a cidade de Lyman, para abrir caminho para a região de Lugansk. Vamos intensificar os nossos ataques e libertar novos territórios de uma forma diferente”, explicou em entrevista à CNN.

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O que aconteceu durante a noite?

  • Os Estados Unidos vão anunciar nos “próximos dias” um novo pacote de ajuda militar para a Ucrânia, divulgou a Casa Branca.
  • Medidas de estabilização foram completadas em mais de quatro mil quilómetros quadrados de território recuperado, disse o Presidente da Ucrânia no habitual discurso.
  • Autoridades ucranianas dizem ter descoberto uma câmara de tortura em Balaklia, cidade recentemente recuperada, divulgou o The Guardian, que cita o chefe do Departamento de Investigação da Polícia Nacional da região. Também a BBC divulgou alguns casos de tortura a moradores locais.
  • A Comissão Europeia disse serem “necessários mais estudos” sobre impactos de um limite de preços às importações de gás por gasoduto da Rússia ou de outro fornecedor para a Europa, não devendo avançar já com tal medida.
  • Os Estados Unidos concederam ao ministro dos Negócios Estrangeiros russo um visto para viajar até Nova Iorque com a sua delegação para participar na 77.ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
  • O chanceler alemão Olaf Scholz pediu ao Presidente russo que siga o caminho de uma solução diplomática para a guerra na Ucrânia, apelando a um cessar-fogo e à retirada das forças russas do território ucraniano.

O que aconteceu durante a tarde?

  • Um repórter russo admitiu perdas enormes da Rússia na Ucrânia. “Estamos a perder um número enorme de pessoas. Temos feridos …”, começou a explicar na televisão russa Alexander Sladkov, antes de mudar rapidamente de tema e sublinhar os “grandes sucessos” russos.
  • À chegada ao Cazaquistão, uma antiga república soviética, o Papa Francisco pediu o fim da “guerra trágica e sem sentido” da Rússia na Ucrânia. O pontífice está no país para uma visita de três dias na qual se vai encontrar com líderes religiosos de todo o mundo.
  • O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que as sanções estão a afetar severamente o potencial de Moscovo para compensar as perdas de armas e equipamentos na guerra na Ucrânia.
  • Moscovo sublinhou a importância do encontro entre o Presidente russo e o homólogo chinês marcado para quinta-feira no Uzbequistão. Na reunião, os dois líderes vão discutir a guerra na Ucrânia, a situação em Taiwan e a cooperação bilateral.
  • “De que é que Berlim tem medo que Kiev não tem?”, questionou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, que deixou criticas à falta de armas enviadas pela Alemanha.
  • A União Europeia não descarta apoiar militarmente Zelensky caso a sua pretensão final seja a de recuperar as fronteiras anteriores ao início da guerra, ou seja, recuperar também o Donbass e a Crimeia, disseram fontes da Comissão Europeia à ABC.
  • As secretas ucranianas disseram que os russos começaram a sair da Crimeia com as suas famílias. Uma “retirada urgente” de representantes russos, oficiais de inteligência e comandantes militares está a decorrer, avançaram, citados pelo Kyiv Independent.
  • Um relatório encomendado pelo Presidente ucraniano concluiu que os aliados ocidentais se devem comprometer a investir na defesa de Kiev e devem fazer grandes transferências de armamento para a Ucrânia nas próximas décadas.
  • “Muito cuidado”. Kremlin deixa avisos aos críticos de Vladimir Putin, depois de 85 deputados municipais terem pedido a demissão do Presidente russo. O porta-voz Dmitry Peskov disse acreditar que a maioria dos russos continua a apoiar o Presidente.
  • Ucrânia anuncia que Tatiana Tomilina, “traidora” ligada à administração russa em Kherson, está em estado crítico após apartamento ter explodido.

O que aconteceu durante a madrugada e a manhã

Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, alertou que é “demasiado cedo” para antecipar o resultado da contraofensiva do exército da Ucrânia no nordeste do país contra as forças da Rússia.

O exército russo deixou Kreminna, na região de Lugansk, no leste da Ucrânia. A pequena cidade está “completamente vazia” e a bandeira ucraniana foi hasteada, de acordo com Serhiy Haidai, governador da região de Lugansk.

A região de Kharkiv está sem eletricidade devido a um “bombardeamento insidioso” por parte dos soldados russos. A informação foi avançada por Kyrylo Tymoshenko, vice-chefe do escritório da Presidência da Ucrânia.

A Ucrânia estimou esta terça-feira em 53.300 os soldados russos mortos em combate, mais 350 em relação ao registo desta segunda-feira, desde o início da guerra, que começou em 24 de fevereiro.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, falou com o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, para o informar sobre os “desenvolvimentos na linha da frente”.

A discográfica Sony Music decidiu abandonar o mercado russo devido às “consequências humanitárias” da guerra e às sanções impostas à Rússia. A unidade russa da empresa transferiu o controlo das operações no país, incluindo os artistas russos com quem trabalhava, para uma empresa local.

O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que a Rússia poderá “demorar anos” a reconstruir o 1 GTA (First Guards Tank Army) após a retirada do oblast de Kharkiv na semana passada. Segundo o The Guardian, o 1 GTA é uma das suas unidades de tanques de maior prestígio da Rússia.

A vice-ministra da Defesa da Bulgária, Teodora Genchovska, disse esta segunda-feira que o país está a discutir uma doação de material médico para cerca de 35 mil soldados ucranianos. 

Em Portugal, cerca de 3.900 crianças e jovens ucranianos estão matriculados para este ano letivo, um número aquém do total de refugiados menores que entrou no país, superior a 13 mil, uma situação que preocupa o ministro da Educação. “Face ao número de crianças e jovens ucranianos que entram em Portugal, temos um número baixo de matrículas nas escolas”, afirmou João Costa.

Ministro da Educação defende exames apenas para acesso ao ensino superior