Afinal, ao primeiro teste de verdadeira envergadura, o Benfica não caiu. Contra o adversário teoricamente mais difícil que encontrou desde o início da temporada, a equipa de Roger Schmidt deu a volta a uma desvantagem embrionária, somou a 12.ª vitória consecutiva e subiu à liderança do grupo da Liga dos Campeões com seis pontos em duas jornadas.

Com ele, nenhuma equipa é um simples David contra Golias (a crónica do Juventus-Benfica)

Desde 2016/17 que os encarnados não carimbavam dois triunfos seguidos na Liga dos Campeões, sendo que na altura foram ambos contra o Dínamo Kiev, e esta foi apenas a segunda vez na história em que o Benfica venceu nas duas primeiras jornadas da competição — algo que só tinha sido alcançado há sete anos, quando era Rui Vitória o treinador. Agora, a equipa de Roger Schmidt está a apenas três vitórias de igualar o melhor arranque de sempre, que pertence ainda aos 15 triunfos consecutivos da época 1982/83, com Sven-Göran Eriksson.

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Pelo meio, o Benfica quebrou um jejum de seis jogos seguidos sem ganhar em Itália e subiu à liderança do Grupo H da Liga dos Campeões com os mesmos seis pontos que o PSG, que esta quarta-feira derrotou o Maccabi Haifa em Israel — e com, precisamente, mais seis pontos do que a Juventus, que era em teoria o adversário com que os adversários iriam discutir o apuramento para os oitavos de final. Um apuramento que, se não ocorrer nenhuma hecatombe, está perfeitamente encaminhado para os lados da Luz.

Enzo Fernández foi um dos melhores elementos encarnados, tendo tido um papel crucial na jogada do segundo golo, e na zona de entrevistas rápidas mostrou-se “feliz” com o resultado final. “Fizemos um grande jogo e merecemos. Ganhámos e isso é o mais importante. Estou muito feliz pela vitória e pela equipa, que esteve muito bem. Os meus colegas dão-me confiança e liberdade para ter a bola, o que é importante para a equipa. Temos de continuar a trabalhar e a melhorar. Estou muito feliz por estar no Benfica, é um clube enorme com adeptos fantásticos e a equipa técnica e os meus colegas deram-me confiança, mostraram um grande carinho”, disse o médio argentino, que justificou ainda o facto de mudar de chuteiras ao intervalo com o pormenor de ser “um costume” que tem desde criança.

Já Roger Schmidt, também na flash interview, estava satisfeito com a exibição da equipa. “A Juventus colocou muita intensidade no início do jogo, não estávamos preparados. Tiveram boas oportunidades para marcar mais golos. Depois mudámos algumas coisas ao intervalo, tivemos mais intensidade e podíamos ter feito mais golos na segunda parte e ter matado o jogo. Eles ainda tiveram algumas oportunidades momentos depois, já perto do final, mas acho que o resultado é justo”, começou por dizer o alemão.

“Os jogadores acreditaram neles próprios, vi uma equipa muito corajosa. Foi um grande passo para a nossa equipa, um jogo especial da Champions frente à Juventus. É muito bom para a confiança da equipa ganhar aqui depois de termos estado a perder. Conseguimos criar boas oportunidades de golo, pressionar alto e mostrar um pouco de tudo nos momentos certos. Queremos passar à próxima fase, começar com duas vitórias é bom. Agora é lutar por uma vitória no próximo jogo, não podemos ganhar quatro jogos de uma assentada, por isso, agora é pensar no próximo jogo em casa frente ao PSG. Temos de nos focar primeiro nos jogos do Campeonato”, acrescentou Schmidt.