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O fundador do grupo mercenário russo Wagner está a recrutar prisioneiros para lutar na guerra da Ucrânia. Yevgeny Prigozhin, também conhecido como o “chefe de Putin”, tem surgido em vários vídeos, nas redes sociais, a falar a grupos de detidos de modo a levá-los para a Ucrânia.
#PutinWarCriminal gave command to recruit mercenaries among prisoners
In this Video recruitment is personally handled by #Prigozhin, person close to #Putin, head of #WagnerGroup in Russian prison
This video is, in fact, a testimony that Russian state is breaking up. #WarCrimes pic.twitter.com/YnRht4oyYr— Ukraine News ???????? (@Ukrainene) September 15, 2022
Ninguém volta atrás das grades. Se cumprirem seis meses, ficam livres”, pode-se ouvir Prigozhin a dizer no vídeo, ameaçando os prisioneiros que “se chegarem à Ucrânia e decidirem que não é para vocês, serão executados”. O líder fala ainda sobre as regras em vigor no grupo Wagner, proibindo os seus membros de consumirem, álcool, drogas e de terem “contactos sexuais com mulheres, flora, fauna e homens locais — com tudo”.
De frisar que, segundo o ABC, a lei russa não permite a anulação de penas de prisão em troca de serviço mercenário, embora não seja claro se existem exceções em tempo de guerra.
Prigozhin revela que os prisioneiros que ingressaram no grupo Wagner já lutaram na linha da frente, afirmando que “no primeiro ataque à Ucrânia” foram usados “40 prisioneiros”, dos quais “três morreram e sete ficaram feridos”, cita o The Telegraph.
As ameaças continuam ao longo dos vídeos, com o chefe a dizer: “apenas duas pessoas podem tirar-te daqui [da prisão]: Deus e Alá, que o farão num caixão de madeira. Eu posso tirar-te vivo”.
Esta é uma guerra difícil, nem de perto como a guerra da Chechénia e outras guerras”, diz ainda Yevgeny Prigozhin, nos vídeos que circulam nas redes sociais, onde aconselha os condenados a matar-se com granadas de mão se estiverem em risco de ser capturados.
A notícia foi confirmada pela BBC, que assegura que Yevgeny é próximo do Kremlin, tendo contactos diretos com o Presidente, Vladimir Putin, e sido coroado com o título de Herói da Federação Russa, devido ao papel do seu grupo na guerra — daí a origem da alcunha de “chefe de Putin”. Assim, perante a alegada escassez de soldados russos na Ucrânia, o país procede ao recrutamento por intermédio de Prigozhin, em prisões na Mordóvia, na Rússia – no entanto, recusa qualquer ligação ao homem.
Em resposta a estas recentes acusações, Prigozhin deixou um recado a quem o crítica: “aqueles que não querem que os prisioneiros lutem nas companhias militares, mandem os seus filhos para a linha da frente. Militares e prisioneiros ou os teus filhos. Tu é que decides”.
Prigozhin, the owner of the "Wagner" PMC and Putin's cook, commented on the video, where he recruits prisoners for the war in Ukraine
"Those who don't want prisoners to fight in the PMCs, send their children to the front. Either PMCs and prisoners or your children – you decide." pic.twitter.com/G0oO8yooIc
— NEXTA (@nexta_tv) September 15, 2022
O Ministério da Defesa do Reino Unido indicou que Moscovo usou o grupo Wagner para “reforçar as forças da linha de frente” na Ucrânia e preencher as lacunas criadas pelas pesadas baixas russas. Ao cabo de seis meses de guerra, estima-se que a Rússia tenha perdido entre 50 mil a 80 mil soldados, segundo as estimativas americanas e ucranianas.
Yevgeny Prigozhin está atualmente sob sanções dos Estados Unidos, da União Europeia e do Reino Unido.
Notícia atualizada às 09:03 de 16 de setembro.