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O fundador do grupo mercenário russo Wagner está a recrutar prisioneiros para lutar na guerra da Ucrânia. Yevgeny Prigozhin, também conhecido como o “chefe de Putin”, tem surgido em vários vídeos, nas redes sociais, a falar a grupos de detidos de modo a levá-los para a Ucrânia.

Ninguém volta atrás das grades. Se cumprirem seis meses, ficam livres”, pode-se ouvir Prigozhin a dizer no vídeo, ameaçando os prisioneiros que “se chegarem à Ucrânia e decidirem que não é para vocês, serão executados”. O líder fala ainda sobre as regras em vigor no grupo Wagner, proibindo os seus membros de consumirem, álcool, drogas e de terem “contactos sexuais com mulheres, flora, fauna e homens locais — com tudo”.

De frisar que, segundo o ABC, a lei russa não permite a anulação de penas de prisão em troca de serviço mercenário, embora não seja claro se existem exceções em tempo de guerra.

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Prigozhin revela que os prisioneiros que ingressaram no grupo Wagner já lutaram na linha da frente, afirmando que “no primeiro ataque à Ucrânia” foram usados “40 prisioneiros”, dos quais “três morreram e sete ficaram feridos”, cita o The Telegraph.

As ameaças continuam ao longo dos vídeos, com o chefe a dizer: “apenas duas pessoas podem tirar-te daqui [da prisão]: Deus e Alá, que o farão num caixão de madeira. Eu posso tirar-te vivo”.

Esta é uma guerra difícil, nem de perto como a guerra da Chechénia e outras guerras”, diz ainda Yevgeny Prigozhin, nos vídeos que circulam nas redes sociais, onde aconselha os condenados a matar-se com granadas de mão se estiverem em risco de ser capturados.

A notícia foi confirmada pela BBC, que assegura que Yevgeny é próximo do Kremlin, tendo contactos diretos com o Presidente, Vladimir Putin, e sido coroado com o título de Herói da Federação Russa, devido ao papel do seu grupo na guerra — daí a origem da alcunha de “chefe de Putin”. Assim, perante a alegada escassez de soldados russos na Ucrânia, o país procede ao recrutamento por intermédio de Prigozhin, em prisões na Mordóvia, na Rússia – no entanto, recusa qualquer ligação ao homem.

Em resposta a estas recentes acusações, Prigozhin deixou um recado a quem o crítica: “aqueles que não querem que os prisioneiros lutem nas companhias militares, mandem os seus filhos para a linha da frente. Militares e prisioneiros ou os teus filhos. Tu é que decides”.

O Ministério da Defesa do Reino Unido indicou que Moscovo usou o grupo Wagner para “reforçar as forças da linha de frente” na Ucrânia e preencher as lacunas criadas pelas pesadas baixas russas. Ao cabo de seis meses de guerra, estima-se que a Rússia tenha perdido entre 50 mil a 80 mil soldados, segundo as estimativas americanas e ucranianas.

Yevgeny Prigozhin está atualmente sob sanções dos Estados Unidos, da União Europeia e do Reino Unido.

Notícia atualizada às 09:03 de 16 de setembro.