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Num dia em que prosseguem as manifestações na Rússia contra a mobilização parcial militar decretada por Vladimir Putin, que convocou para a frente de batalha entre dezenas a centenas de milhares de militares russos na reserva, calcula-se que terão sido detidas já mais de duas mil pessoas, nestas manifestações.

Este domingo fica também marcado por declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, que avisou que se as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson forem anexadas — na sequência de referendos “falsos” que estão em curso, a decorrer até terça-feira —, vão ser defendidas com o mesmo afinco do restante território russo.

Trocado por outras palavras: se estes territórios forem anexados, terão “proteção total” da Rússia e, caso sejam atacados, poderão “forçar” o Kremlin a responder com contundência, não estando totalmente descartada a utilização de armas nucleares.

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O que aconteceu durante a manhã e início da tarde:

A Rússia e a Ucrânia trocaram acusações sobre bombardeamentos que terão acontecido nas últimas horas, no leste e no sul do país. Kiev denuncia “dezenas de ataques aéreos e com mísseis a alvos militares e civis” nas últimas 24 horas, que terão atingido “35 povoações”. Já Moscovo nega ter atacado alvos civis e acusa as forças ucranianas de terem bombardeado armazéns de fertilizantes e um celeiro nas últimas horas.

Mais de duas mil pessoas já terão sido detidas na Rússia por terem participado em protestos contra a mobilização militar parcial para a guerra na Ucrânia, decretada pelo Presidente russo Vladimir Putin. A estimativa é feita por um meio russo independente chamado OVD-Info, que avança que só nas últimas 24 horas — este sábado — terão sido detidas 798 pessoas, em 33 cidades distintas.

Se Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson forem anexadas pela Rússia, na sequência de referendos que estão a decorrer em condições colocadas em causa pela comunidade internacional, o Kremlin dará “total proteção” a estas regiões do leste e do sul da Ucrânia. E vai defendê-los com o mesmo afinco com que defenderia o seu território, não descartando usar armas nucleares se a tal for “forçado”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, numa conferência de imprensa após o seu discurso de este sábado na Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Porque é que os referendos pró-russos na Ucrânia são “falsos”

Autoridades ucranianas disseram à AFP que o sul da cidade portuária de Odessa foi atacado por drones fabricados no Irão.

Centenas de manifestantes juntaram-se este domingo na praça central da cidade russa de Yakutsk, no leste da Rússia. Os manifestantes terão cantado as palavras “Não ao genocídio!” e algumas imagens captadas mostram pessoas a ser detidas pela polícia e a serem colocadas em autocarros, de acordo com a estação britânica Sky News, que cita um meio de comunicação local chamado SakhaDay.

A mobilização “parcial” ordenada por Putin reanimou os protestos no país contra a campanha militar na Ucrânia. A Presidente do Senado russo, Valentina Matviyenko considera a reação das justas “justa” e alerta para excessos e arbitrariedades na mobilização.

Presidente do Senado russo pede que se evitem arbitrariedades na mobilização

A Presidente do Senado russo não é a única a ter expressado o desconforto com a chamada das pessoas erradas para a mobilização parcial decretada por Vladimir Putin. Também o porta-voz da Duma (a câmara baixa da Assembleia Federal da Rússia), Vyacheslav Volodin, disse estar atento às críticas recebidas.

Sete navios contendo bens agrícolas para exportação terão saído dos portos ucranianos este domingo, avançou o ministério das Infraestruturas do país, citado pela estação Sky News. Confirmando-se, aumenta para 218 o número de navios que já deixaram os portos ucranianos desde que as Nações Unidas e a Turquia conseguiram acordar com Rússia e Ucrânia rotas seguras para transporte de cereais e outros bens agrícolas.