Liz Truss demitiu o ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, informação que foi avançada pela BBC e noticiada pelo Telegraph e pela Sky News.  E que já foi confirmada por Downing Street. Esta manhã, o jornal inglês The Times avançou que a governante inglesa estaria a preparar-se para demitir Kwasi Kwarteng, o ministro das Finanças. Entretanto, Liz Truss, que deverá falar ao início da tarde, já escolheu o sucessor para a chancelaria. Jeremy Hunt, histórico dos Conservadores e que a apoiou durante a campanha para a liderança do partido, vai assumir o cargo.

Jeremy Hunt é o novo ministro das Finanças do Reino Unido. Histórico conservador apoiou Liz Truss no final da campanha

Na conta do Twitter, também o ex-ministro Kwasi Kwarteng já anunciou publicamente a demissão. “Cara primeira-ministra, pediu-me para abandonar o cargo de ministro. Aceitei.” Na missiva, mencionou que, quando foi convidado para o governo, aceitou “com a total compreensão de que a situação era incrivelmente difícil”, mencionando fatores adversos como a subida global das taxas de juro e os preços da energia.

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Na carta, diz que “a visão é otimista, crescimento e mudança está certa”. No final da missiva, diz que o sucesso de Truss “é o sucesso do país” e que deseja boa sorte à governante.

Ao longo da manhã, a imprensa britânica já tinha dado nota de que o ministro tinha encurtado a viagem a Washington, nos Estados Unidos, abandonando mais cedo a reunião de ministros das Finanças globais.

O Times avançou ainda que a demissão do ministro podia acontecer no mesmo dia em que Liz Truss anuncia planos para o aumento dos impostos às empresas.

A BBC nota que Kwarteng é o segundo ministro das Finanças que menos tempo esteve em funções. O ministro assumiu a pasta a 6 de setembro, estando em funções há 38 dias. Iain Macleod, também do Partido Conservador, foi o ministro que menos tempo esteve com esta pasta em mãos: morreu em 1970, de um ataque cardíaco, 30 dias após assumir funções.

Já esta semana, foi notícia a intenção de Truss de abandonar os planos para o “mini-orçamento”, uma ambição controversa em Inglaterra.

Liz Truss prepara marcha-atrás no “mini-orçamento”, que pode incluir subida – não descida – dos impostos às empresas

A Sky News relata que o ministro das Finanças viajou para Londres durante a noite e que já se dirigiu ao n.º 10 de Downing Street, local da residência oficial do chefe de Governo britânico. A estação de televisão relata ainda que um antigo líder de gabinete disse que a demissão de Kwarteng é algo “inevitável” neste momento.

Já a Reuters avança que um porta-voz do governo inglês se recusou a comentar a notícia avançada pelo Times sobre a demissão do ministro das Finanças.

É esperada uma conferência de imprensa da primeira-ministra britânica esta tarde. Embora não haja ainda uma hora oficial para as declarações ao país, a Reuters está a apontar que a conferência deverá começar às 14 horas.

Ex-ministro deu a cara por “marcha-atrás” na extinção do escalão mais alto de impostos

A 3 de outubro, o agora ex-ministro Kwasi Kwarteng deu a cara por uma “marcha-atrás” nas intenções do governo inglês. “Percebemos e ouvimos”, disse no comunicado onde anunciava que o ministério tinha riscado a intenção de extinguir o escalão mais alto de impostos, conhecido por 45p.

No Reino Unido, estão incluídos neste escalão mais alto de impostos os singulares que recebam mais de 150 mil libras por ano, o equivalente a 171,3 mil euros. Nesta faixa, os rendimentos são taxados a 45%.

O “mini orçamento”, que poderá agora ficar mesmo pelo caminho, previa a eliminação do “45p”, como é conhecido o escalão no Reino Unido. Desde o anúncio que rapidamente a extinção deste escalão de impostos foi visto com maus olhos pelos britânicos. Numa altura em que o custo de vida continua a aumentar no Reino Unido, especialmente devido à inflação e à subida dos preços da energia, o plano era visto como injusto por vários setores.

A mudança de ideias foi vista como uma humilhação política para o Kwarteng, mas também para o governo de Liz Truss.

“Percebemos e ouvimos”. Ministro das Finanças britânico faz “inversão de marcha” no plano para eliminar escalão mais alto de impostos