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O primeiro vice-presidente do parlamento ucraniano, Oleksandr Korniyenko, está esta semana de visita a Maputo para pedir apoio na guerra contra a Rússia, conflito em que Moçambique se tem mostrado neutral.

“Infelizmente, há dois dias, mais uma vez, Moçambique não se juntou” aos países que condenaram a Rússia na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), referiu Korniyenko, em resposta escrita a questões colocadas pela Lusa.

“Notamos a posição consistente de Moçambique” de “não votar contra as resoluções sobre a Ucrânia” desde 2014, abstendo-se ou sem participar nas votações, mas agora o dirigente pede votos de apoio.

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Durante todas as minhas reuniões em Maputo, apelarei aos meus interlocutores para apoiarem as iniciativas ucranianas destinadas a combater a agressão russa, nas Nações Unidas, no seu Conselho de Segurança, bem como noutras organizações internacionais”, sublinhou.

“Vamos continuar a precisar da máxima assistência possível de parceiros”, incluindo “da região africana e especialmente de Moçambique, que foi eleito como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU para o período 2023-2024”, referiu.

Oleksandr Korniyenko está de visita à capital moçambicana com um programa que não foi divulgado.

A viagem surge depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, ter iniciado na última semana um périplo por países africanos, interrompido na segunda-feira devido ao intensificar da guerra.

Korniyenko referiu que um “papel importante no desenvolvimento das relações entre a Ucrânia e os países africanos pertence às relações interparlamentares”.

“É por isso que estou aqui”, sublinhou o dirigente parlamentar ucraniano. “Temos muito o que conversar com Moçambique”, por entre relações com muitos anos e em que a Ucrânia também já apoiou Moçambique, referiu Korniyenko.

“Em particular, durante a guerra civil, a Ucrânia [na altura parte da União Soviética] prestou assistência a Moçambique, quando muitos dos soldados do seu país foram educados em universidades ucranianas ou receberam formação sob a liderança de instrutores” daquele país, destacou.

Atualmente, os laços com Moçambique vão além dos 50 ucranianos que hoje vivem no país, acrescentou.

“Há um diretor de um banco e um professor universitário entre os ucranianos em Moçambique”, mas “há também ucranianos de espírito, ou seja, moçambicanos que outrora se formaram nas universidades” da Ucrânia e hoje “trabalham no Governo e representam o partido no poder”.

Moçambique esteve entre os países que se abstiveram em três resoluções que foram a votos na Assembleia-Geral da ONU desde a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

A primeira resolução condenou a Rússia pela crise humanitária na Ucrânia devido à guerra, outra suspendeu Moscovo do Conselho de Direitos Humanos e a terceira, que foi a votos na quarta-feira, condenou a anexação de territórios ucranianos pela Rússia, reforçando o isolamento de Moscovo no panorama internacional.