A saída de Bruno Lage do Wolverhampton fez com que Marco Silva seja agora o único treinador português na Premier League. Ainda assim, os 10 jogadores portugueses que fazem parte do plantel que Lage deixou asseguram a certeza de que o Wolves é ainda a grande bandeira nacional na liga inglesa. Este sábado, à mesma hora, tanto o Wolverhampton como o Fulham de Marco Silva entravam em campo. 

Ainda sem novo treinador e a manter-se a liderança bicéfala de Steve Davis e James Collins, a semana do Wolves girou essencialmente à volta dos candidatos para suceder a Bruno Lage. Julen Lopetegui terá recusado a ideia de rumar a Inglaterra, o regresso de Nuno Espírito Santo tem estado em cima da mesa e Michael Beale, atualmente no QPR, é um dos nomes mais fortes para assumir a armada portuguesa. Contudo, sem novidades, o Wolves voltava a atuar este sábado às ordens dos dois treinadores interinos.

Vinda de três derrotas consecutivas e na zona de despromoção da Premier League, a equipa defrontava um Nottingham Forest também em clara crise de resultados e afundado na classificação. José Sá, Toti Gomes, Rúben Neves, João Moutinho, Matheus Nunes e Podence eram todos titulares, sendo que Adama Traoré e Diego Costa também surgia no ataque e tanto Gonçalo Guedes como Nélson Semedo começavam no banco.

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A primeira parte teve um claro ascendente do Wolverhampton mas terminou sem golos. Aït-Nouri era o principal desequilibrador da equipa, descaído na esquerda, mas os esforços do francês raramente desembocavam em verdadeiras oportunidades de golo. A equipa tinha posse de bola, avançava com recurso às arrancadas de Traoré mas quase nunca entrava com perigo no último terço. Ao intervalo, o jogo estava empatado sem golos e o Wolves teria de fazer algo mais para conquistar a segunda vitória na Premier League.

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o Wolves conseguiu chegar à vantagem ainda nos minutos iniciais, com Rúben Neves a abrir o marcador de grande penalidade (56′) depois de Toffolo intercetar um remate de Traoré com a mão na grande área. Mesmo a ganhar, a equipa não demonstrou a confiança necessária para agarrar no jogo e empurrar o Nottingham Forest às cordas para procurar o aumentar da vantagem, optando por gerir o resultado na zona do meio-campo.

Lingard e Mangala entraram no Nottingham Forest e a história quase se inverteu, com Matheus Nunes a fazer falta sobre Yates na grande área e o árbitro da partida a assinalar grande penalidade depois de analisar as imagens do VAR. Na conversão, porém, um português voltou a fazer a diferença — Johnson atirou junto ao poste e José Sá, com uma grande intervenção, segurou a vitória para o Wolves (79′). No fim, a armada portuguesa em Inglaterra venceu, alcançando o segundo triunfo na Premier League, saindo da zona de despromoção à condição e colocando algum gelo numa temporada que começou torta e que tarda a endireitar-se.

Em Londres, num confortável 10.º lugar da Premier League, o Fulham recebia o Bournemouth vindo de três derrotas nos últimos quatro jogos. João Palhinha era titular na equipa de Marco Silva, sendo que o ex-Benfica Carlos Vinícius começava no banco, e o treinador português ia à procura do regresso às vitórias depois de uma semana em que foi muito crítico da arbitragem no geral e do VAR em particular.

“Não vou falar do árbitro, peço desculpa. Se o fizer, provavelmente vão punir-me e vou ficar fora do banco ou ser multado. Não estou aqui para isso. Estou aqui para treinar os meus jogadores. Não vou dizer o que penso. No terceiro golo há uma mão na bola uns cinco segundos antes, ele [Scamacca] não celebrou porque claramente pensou que era mão na bola”, disse o treinador português na sequência da derrota com o West Ham.

Este sábado, o Fulham entrou praticamente a perder graças a um golo de Solanke (2′) que concluiu uma deliciosa jogada de ataque do Bournemouth. A equipa de Marco Silva reagiu e reagiu bem e agarrou a dianteira do jogo, acabando por chegar ao empate por intermédio de um cabeceamento de Diop na sequência de um canto cobrado na esquerda (22′). Logo depois, porém, o conjunto de Gary O’Neil respondeu: a história inverteu-se, Solanke desequilibrou na direita e Lerma atirou rasteiro para bater Leno (29′).

Marco Silva mexeu ao intervalo e lançou Willian e Tom Cairney. O jogo continuou a um ritmo intenso e o Fulham recuperou a igualdade ainda dentro dos 10 minutos iniciais, com Mitrovic a concretizar uma grande penalidade (52′) depois de ele próprio sofrer falta na grande área. A vitória poderia ter caído para qualquer uma das equipas, já que surgiram oportunidades de relevo nas duas balizas, mas já nada mudou: Fulham e Bournemouth empataram e dividiram os pontos naquele que será claramente um dos melhores jogos desta jornada da Premier League.