Olímpia Feteira, filha única do falecido milionário radicado no Brasil Lúcio Tomé Feteira, morreu na sexta-feira em Lisboa, aos 80 anos, vítima de doença prolongada, revelou este domingo à agência Lusa fonte próxima da família.

Segundo adiantou a mesma fonte, o velório de Olímpia Feteira decorre este domingo na Igreja do Santo Condestável, em Campo de Ourique, com missa pela 16h00, estando o funeral (cremação) prevista para as 18h00, em Lisboa.

Olímpia Feteira esteve envolvida na disputa polémica da herança do pai – Lúcio Tomé Feteira, falecido em 2000 – juntamente com a secretária pessoal do milionário, Rosalina Ribeiro, a qual viria a ser assassinada a tiro nos arredores do Rio de Janeiro, em 2009, com as autoridades judiciárias brasileiras a acusarem o advogado e ex-deputado do PSD Duarte Lima de homicídio.

Olímpia Feteira constava do rol de testemunhas do Ministério Público português que deveriam ser ouvidas no julgamento de Duarte Lima pelo homicídio de Rosalina Ribeiro, marcado para 23 de novembro no Tribunal de Sintra, após o processo ter sido transferido do Brasil para Portugal em virtude de vítima e arguido terem nacionalidade portuguesa.

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Duarte Lima, que cumpriu pena de prisão no âmbito do caso Homeland, extraído do processo BPN, saiu em liberdade condicional da cadeia da Carregueira em finais de setembro passado, tendo ficado a aguardar o julgamento pelo homicídio de Rosalina Ribeiro em liberdade, mas sujeito a apresentações periódicas à PSP e à proibição de se ausentar do país.

Em Outubro de 2011, Olímpia Feteira, filha do milionário Lúcio Tomé Feteira, afirmou, declarações à Lusa, que o homicídio de Rosalina Ribeiro atribuído pela justiça brasileira a Duarte Lima como “uma história de terror à volta do dinheiro”.

Olímpia Feteira disse então não vislumbrar outro móbil do crime que não o “vil metal”, não se mostrando surpreendida com a decisão do Ministério Público (MP) brasileiro em acusar o antigo líder parlamentar do PSD de matar Rosalina Ribeiro para se apoderar do dinheiro da herança que ela lhe tinha confiado para que fosse ocultado da única herdeira.

Olímpia Feteira apresentou uma queixa-crime contra Rosalina Ribeiro, que foi alargada a Duarte Lima quando chegou uma carta rogatória da Suíça a revelar que cinco milhões de euros tinham sido depositados na conta do ex-deputado num banco helvético. Duarte Lima alegou que se tratavam de honorários pagos pela sua cliente Rosalina Ribeiro.

O processo foi julgado, Duarte Lima foi absolvido em primeira instância criminal, houve recurso, mas o caso acabou por prescrever.