Quando Lola, de 12 anos, saiu de casa na sexta-feira para ir para a escola, ninguém podia imaginar a forma macabra como o seu corpo acabaria por ser descoberto horas mais tarde, já sem vida, dentro de uma mala de plástico e com sinais de tortura.

O caso que está a chocar França já levou à detenção de quatro pessoas, perto do bairro onde Lola vivia com a sua família, no bairro do 19.º arrondissement, nos subúrbios de Paris, referem jornais locais. Foi ali que a menina saiu de casa na sexta-feira para ir para as aulas e chegou a voltar, como mostram as imagens de vigilância a que o pai — porteiro do prédio onde a família vive — conseguiu aceder, em busca de respostas, refere o Le Monde.

Foi, de resto, depois das aulas que a família estranhou não ter notícias da rapariga e decidiu participar o caso à polícia. As imagens, contam o El País e o ABC, mostravam que Lola tinha chegado a regressar a casa, mas acompanhada por uma mulher na casa dos vinte ou trinta anos, desconhecida da família e dos outros habitantes daquele bairro problemático — com alta taxa de criminalidade — de Paris.

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Cruzando, depois, vários testemunhos, a polícia conseguiu seguir o rasto a duas malas de viagem e uma caixa de plástico com vestígios de sangue que a mulher tentou ainda transportar de carro, mostrando dificuldades em agarrar os objetos e levantá-los do chão, tal era o peso.

Uma pessoa sem abrigo acabaria por encontrar as malas perto do prédio onde a menina vivia com a família, pelas 23h30 de sexta-feira, e comunicar o achado à polícia.

Foi ao abrir essas malas que os agentes descobriram os pormenores sinistros do fim da vida de Lola: a menina terá, segundo as informações publicadas por jornais locais, sido asfixiada até à morte e depois mutilada, incluindo um corte muito profundo no pescoço e outros nos pulsos.

A polícia deteve quatro cidadãos da Argélia — dois homens e duas mulheres, todos entre os 26 e os 43 anos — que suspeita que estarão envolvidos na morte da menor com “atos de tortura e barbárie”.

Um dos testemunhos apontava para um possível envolvimento dos suspeitos em negócios de tráfico de órgãos, mas essa hipótese foi, entretanto, descartada.

Atualizado às 13h00 de 18 de outubro. A designação baú corrigida para mala e mala de plástico.