Asra Panahi, uma jovem iraniana de 16 anos, foi espancada até à morte pelas forças de segurança do Irão por se ter recusado a cantar um hino de apoio ao regime de Teerão.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, o caso aconteceu na última quarta-feira, durante uma ação de patrulhamento a uma escola para raparigas no noroeste do país. Terão então ordenado as estudantes a cantar um hino a elogiar o líder Supremo do Irão, o Aiatolá Ali Khamenei.
Quando estas se recusaram, terão espancado as adolescentes, com várias a irem parar ao hospital ao passo que outras foram detidas, revelou o Conselho de Coordenação das Associações Profissionais de Professores do Irão através de uma mensagem na rede social Telegram. Asra Panhai acabou por não resistir aos ferimentos e morreu na sexta-feira.
As autoridades negaram qualquer responsabilidade pela morte da jovem. Na sequência do caso, um homem, que se identificou como tio de Asra, veio dizer à televisão estatal que esta morreu devido a um problema cardíaco congénito.
O Sindicato dos Professores do Irão já se veio pronunciar, classificando os ataques como “brutais e desumanos”, e pedindo a demissão do ministro da Educação do país.
Este é o mais recente caso de repressão violenta levada a cabo pelas autoridades iranianas, como resposta aos protestos pela morte de Masha Amini às mãos da polícia, em setembro. Na onda de contestação em que o Irão se vê submerso — e que até ao momento levou à morte de mais de 200 pessoas — as adolescentes têm assumido um papel central.
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Perante esta realidade, as autoridades iranianas começaram na última semana a realizar rusgas em escolas para raparigas um pouco por todo o país. Vídeos têm circulado nas redes sociais, mostrando as forças de segurança a forçar a entrada nos estabelecimentos de ensino, recorrendo à força e ao uso de gás lacrimogéneo para prender várias estudantes.