Resposta curtas, justificações quase resignadas, o olhar para a frente sem interesse especial nos pontos de distância para os primeiros classificados. A passagem de Rúben Amorim pela zona de entrevistas rápidas da SportTV mostrava bem o estado da equipa do Sporting depois da primeira derrota de sempre com o Arouca quebrando a sequência de 12 vitórias consecutivas noutros tantos compromissos oficiais. Contas feitas, e quando podia aproximar-se dos lugares que dão acesso à Liga dos Campeões (o FC Porto não foi além do empate nos Açores frente ao Santa Clara, o Sp. Braga só joga este domingo com o Gil Vicente), o conjunto verde e branco pode acabar a jornada fora dos lugares europeus antes de nova “final”.

Dário do futuro, perdoa o Dário do presente. A culpa não é dele (a crónica do Arouca-Sporting)

No total, os leões sofreram a sétima derrota em 17 encontros oficiais esta temporada, sendo que, olhando apenas para a Liga, foi a quarta apenas em 11 jornadas – o que deixa o líder Benfica já a 12 pontos quando só agora se atingiu o primeiro terço do Campeonato. E bastou esse hiato para a equipa sofrer mais golos de bola parada do que em todas as outras temporadas com Rúben Amorim no comando (dez). Com isso, dois números pesam na campanha do Sporting: por um lado, é preciso recuar até 2012/13 para encontrar este número de desaires apenas em 11 rondas; por outro, a formação verde e branca não conseguiu estancar a série de encontros consecutivos a sofrer, que vai já nos nove na antecâmara da receção ao Eintracht.

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“Foi um jogo muito parecido com aquilo que tem acontecido esta época, dominamos os jogos mas depois não conseguimos marcar golos. Depois uma bola parada acabou por resolver o jogo, nós tivemos várias e não conseguimos e essa é a história do jogo”, começou por referir Rúben Amorim na zona de entrevistas rápidas da SportTV. “Menos confiança? Não sei, quando queremos fazer algo um bocadinho diferente revela que eles têm confiança. Não conseguimos marcar e agora é pensar no próximo”, frisou antes de abordar também as seis alterações na equipa inicial, algo que não acontecia desde janeiro.

“Era algo que já estava pensado, às vezes metemos esses no início e quando estão mais cansados saem no fim. Hoje queríamos fazer ao contrário mas hoje claramente não foi pelas alterações porque todos aqueles que entraram principalmente na primeira parte estiveram muito bem. Risco calculado? Não, não se trata de um risco, é uma gestão porque precisávamos de mais dinâmica que conseguimos ter mas não conseguimos depois marcar. Sim, sem dúvida. Nove jogos seguidos a sofrer faz com que estejamos sempre mais longe de ganhar jogos quando sofremos golos e em poucas oportunidades como sempre. Temos de melhorar”, explicou o treinador do conjunto verde e branco, sem olhar para a classificação.

“12 pontos para a liderança? Isso é indiferente, indiferente. Tem sempre uma palavra a dizer porque vai sempre jogar contra os adversários todos e vamos ao próximo jogo”, concluiu Rúben Amorim, que na conferência de imprensa falou sobre a possibilidade que foi levantada pela Liga de adiamento do jogo do Sporting com o Arouca e do Gil Vicente-Sp. Braga pela importância dos últimos encontros europeus.

“O jogo não foi alterado porque não podem dizer para alterar a 48 horas do jogo quando o nosso acabou mais cedo. Esse querer alterar da Liga para ficar um bocado bem, nós não íamos alterar o nosso planeamento, porque mexia com o planeamento do Mundial. Confio no Dário, no Nazinho e em todos, porque podíamos claramente ganhar este jogo. Fui eu que disse para o jogo não ser alterado, porque já tinha dito a alguns jogadores que iam ser titulares e era o mesmo que dizer ‘Amigos, vamos esperar e descansar os outros’. Era em cima da hora, nem sabíamos se o Arouca aceitava. Valia mais manter o nosso plano, seguir com a cabeça no jogo e dizer aos jogadores que contamos com todos. Era uma coisa que nem estava bem explicada e já sabemos como as coisas são”, explicou Rúben Amorim na conferência.

“Se sinto condições para continuar no Sporting? Não se pode pôr em causa a minha capacidade de continuar a trabalhar. Fico muito frustrado, porque também não estava habituado e não podemos ter esta inconsistência. Sei a profissão que tenho, não estou nada preocupado com o meu lugar. O meu objetivo é preparar sempre a equipa para o próximo jogo, no fim do Campeonato fazemos essa avaliação. Sei da exigência que me é pedida. Não sofro porque os adeptos estão tristes ou desanimados. É óbvio que mexe com todos, mas fico triste porque não conseguimos ganhar e essa responsabilidade é minha. Sinto uma frustração muito grande. Sei que os adeptos não estão contentes, mas no fim da época fazemos a avaliação. Já dei a volta a coisas mais difíceis na minha vida”, completou o técnico leonino.