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Dário do futuro, perdoa o Dário do presente. A culpa não é dele (a crónica do Arouca-Sporting)

Este artigo tem mais de 2 anos

Desde janeiro que o Sporting não mexia tanto no onze. A manta esticou com miúdos à mistura e ficou curta. Problema? A manta já era curta no início da época. E já nem a fórmula Coates resolve (1-0).

Dário Essugo fez a estreia esta temporada pela equipa A, fez uma boa primeira parte mas saiu após o golo do Arouca
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Dário Essugo fez a estreia esta temporada pela equipa A, fez uma boa primeira parte mas saiu após o golo do Arouca

Tony Dias/Global Imagens

Dário Essugo fez a estreia esta temporada pela equipa A, fez uma boa primeira parte mas saiu após o golo do Arouca

Tony Dias/Global Imagens

Voltam uns, encostam outros, ganham minutos os mais novos. Dentro da temporada atípica que o Sporting tem vindo a enfrentar, a parte física tem sido um dos principais obstáculos de Rúben Amorim na gestão da equipa e ganha reflexos depois em alguns jogos mais em específico dos leões, como se viu de uma forma paradigmática no último encontro em Londres frente ao Tottenham. Se no segundo tempo o técnico esteve bem mais tempo de cócoras na zona técnica do que é normal, nas quatro linhas havia sinais evidentes de desgaste que obrigou a nova aposta massiva nos mais novos para aguentar um ponto fundamental antes da batalha final na Liga dos Campeões frente ao Eintracht. E as notícias antes não eram as melhores.

Sporting perde em Arouca e fica a 12 do Benfica… com 11 jornadas da Liga realizadas (1-0)

“A gestão é feita de acordo com os melhores jogadores que temos para vencer o Arouca. O Morita está fora, não sei por quanto tempo, temos de fazer exames. O Paulinho está fora também, de resto o [Luís] Neto e o [Daniel] Bragança continuam fora. O Esgaio volta. O St. Juste continua limitado em termos de tempo de utilização mas o resto do pessoal está pronto para o jogo”, revelara o técnico antes do jogo em Arouca.

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“Se faremos alguma gestão? Precisamos de estar muito frescos fisicamente pelas caraterísticas do Arouca. Tem médios muito habilidosos como o David Simão e o Alan Ruiz e depois têm jogadores na frente que vão causar problemas se não pressionarmos. Não vamos pensar no Eintracht, o nosso objetivo e prioridade é o Campeonato e aí estamos atrasados, mas a energia e frescura física serão fatores importantes para este jogo. Em relação ao sucesso desportivo lá fora, é a tal história de que em Portugal fazemos muito com menos, em comparação com outros campeonatos. Técnicos, clubes, formação, departamento, trabalham todos muito bem. No nosso Campeonato talvez tenhamos de melhorar em algumas coisas. Em Portugal não há ainda a ideia do investidor, temos de vender. Isso faz parte das caraterísticas dos clubes e do nosso Campeonato mas em termos de futebol somos bastante profissionais”, acrescentou Amorim.

Estavam reunidos todos os condimentos para mais minutos de algumas das mais recentes apostas dos leões a nível de formação, sobretudo com essa possibilidade mais premente de Mateus Fernandes assumir outro papel na equipa perante a ausência de Morita (as outras possibilidades passavam pela aposta em Sotiris Alexandropoulos ou pelo recuo de Pedro Gonçalves). Nazinho poderia ser sempre uma hipótese no âmbito da tal energia necessária num plano de gestão (como se confirmou), Fatawu surgia também como cenário possível numa das posições de ataque ou numa ala. No final, a grande surpresa e no meio-campo acabou por ser Dário Essugo, a assumir parelha com Pedro Gonçalves no centro nevrálgico.

“Olhámos para os jogos do Marselha. Quando surgem as oportunidades eles têm de estar preparados. O único defesa esquerdo que tínhamos para o jogo com o Tottenham era o Nazinho. Pensámos na entrada do St. Juste mas não estava no limite de tempo dele. O Morita saiu e podíamos pensar em baixar o Pote e meter um jogador mais experiente na frente mas temos Mateus [Fernandes] e Sotiris [Alexandropoulos]. O Fatawu era o jogador mais explosivo da nossa equipa, é o melhor deles de cabeça, apesar das dificuldades táticas. Não metemos os miúdos por meter. Eles fazem parte do nosso projeto”, reforçara Amorim.

Meu dito, meu feito mas com algo mais do que isso. Desde janeiro que o Sporting não fazia tantas mexidas na equipa inicial, tendo em vista não só o encontro em Arouca mas também a receção decisiva ao Eintracht Frankfurt que será marcada de forma ampla pela vertente física. E deu para tudo, dos regressos como os de Ricardo Esgaio e Pedro Gonçalves às apostas em habituais suplentes como Arthur e Rochinha, passando ainda pelos lançamentos no onze de Nazinho e Dário Essugo. O médio de 17 anos mostrou tudo o que um jovem talento de 17 anos deve mostrar: vontade, qualidade, entrega, erros que daqui a uns tempos não existirão. Apesar de ficar mal no lance do golo, onde João Basso saltou mais alto num canto, não é por culpa dele que o Sporting, que sofreu o décimo golo da época de bola parada, perdeu. Aliás, ele foi até foi dos melhores. Se a manta esta noite esticou, antes já era por si só curta. E quando um projeto sobe nas ambições mas estagna ou cai nas capacidades de desenvolvimento, ficando agarrado à lógica dos jovens para o futuro sem que exista ainda o contexto para aparecerem, a tendência é sempre dar passos para trás.

Ficha de jogo

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Arouca-Sporting, 1-0

11.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Arouca

Árbitro: Rui Costa (AF Porto)

Arouca: Arruabarrena; Tiago Esgaio, Opoku, João Basso, Mateus Quaresma; Ismaila Soro (Galovic, 72′), David Simão (Uri Busquets, 88′), Alan Ruíz (Sylla, 72′); Bukia (Arsénio, 64′), Dabbagh (Rafa Mújica, 88′) e Antony

Suplentes não utilizados: João Valido, Milovanov, Pedro Moreira e Bruno Marques

Treinador: Armando Evangelista

Sporting: Adán; Gonçalo Inácio (St. Juste, 53′), Coates, Matheus Reis; Ricardo Esgaio (Porro, 53′), Dário Essugo (Ugarte, 53′), Pedro Gonçalves, Nazinho (Nuno Santos, 58′); Francisco Trincão, Rochinha (Marcus Edwards, 58′) e Arthur Gomes

Suplentes não utilizados: Franco Israel, Marsà, Sotiris Alexandropoulos e Jovane Cabral

Treinador: Rúben Amorim

Golos: João Basso (47′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a David Simão (3′), Opoku (27′), Gonçalo Inácio (30′), Nuno Santos (31′), Alan Ruíz (67′), Arruabarrena (74′), Tiago Esgaio (90+6′) e Coates (90+6′)

O encontro começou com a chama da equipa a aparecer pelos pés dos mais novos, não só Nazinho mas em especial Dário Essugo. A ganhar bolas em zona alta, a conseguir entrar em zonas do campo que não eram até muito habituais no seu jogo, a recuperar posses para a equipa jogar em velocidade. Foi o médio que fazia a estreia esta época pelos seniores que ganhou a falta para Pedro Gonçalves ter uma primeira ameaça ao lado (5′), foi depois o lateral que iniciou uma grande jogada coletiva com assistência de Pedro Gonçalves para Francisco Trincão ver Arruabarrena evitar o primeiro e Arthur não conseguir fazer a recarga (9′). O Arouca ainda teve uma boa saída com remate fraco de Bukia para Adán (6′) mas era o Sporting que aos poucos conseguia assentar melhor o seu jogo na tentativa de chegar cedo à vantagem no marcador.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Arouca-Sporting em vídeo]

A bola parada, mesmo criando perigo, também não era solução: na sequência de um livre lateral, Pedro Gonçalves ficou com espaço para cruzar para a área e Gonçalo Inácio, sozinho, cabeceou ao lado (17′). Os arouquenses iam conseguindo corrigir posicionamentos sem bola sobretudo na profundidade que os leões conseguiam explorar e experimentavam outras formas de sair com bola a partir de trás, sendo que até esses momentos de posse mais prolongada dos visitados eram aproveitados pelo Sporting para fazer entrar saídas rápidas como uma que permitiu a Rochinha ficar no 1×1 com Arruabarrena para nova intervenção do guarda-redes (23′). Apesar do domínio, a meia hora esgotava-se sem golos, com os leões a empurrarem em ataque organizado a equipa da casa para o seu reduto mas sem resultados práticos.

A caminho do intervalo, a partida teve um curto período em que o Arouca conseguir ir mostrando uma outra capacidade de saída. Alan Ruíz, num livre direto de longo, onde colocou à prova Adán (32′) mas foi Bukia a ter a grande chance dos visitados em todo o primeiro tempo numa transição conduzida por Antony que assistiu o avançado na diagonal para o remate que Adán defendeu para canto (39′). No entanto, seria mais uma vez o Sporting a passar para cima, com Ricardo Esgaio a surgir de forma oportuna ao segundo poste após cruzamento largo da esquerda para desviar de primeira para uma nova defesa de Arruabarrena (43′). Apesar de todas as tentativas, o nulo mantinha-se e com Rui Costa a mostrar alguma “pressa” de ir para o descanso, terminando a metade inicial uns segundos antes dos 45 minutos.

Quem não marca, sofre. E quem falha tanto, acaba por ser apanhado numa qualquer falha. Foi isso que aconteceu com o Sporting logo no arranque do segundo tempo, com João Basso a aproveitar um canto na direita do ataque para surgir numa zona mais próxima do segundo poste entre Dário Essugo e Nazinho e desviar de cabeça para o 1-0 (47′). Foi isso que podia ter acontecido pouco depois numa transição rápida que apanhou a recuperação verde e branca em baixo, permitindo que Tiago Esgaio surgisse isolado na área para rematar e ver Adán fazer a “mancha” para canto (51′). A desvantagem tinha mexido no plano anímico com os leões e Rúben Amorim não esperou muito mais, esgotando as alterações antes dos 60′ em duas vagas que lançaram em campo meia equipa nova: Porro, St. Juste, Nuno Santos, Ugarte e Edwards.

Mais do que considerações táticas ou mexidas de posicionamentos, o técnico do Sporting pedia sobretudo calma aos jogadores – mesmo passando uma imagem na área técnica que era tudo menos isso. Contudo, os leões tinham tudo menos isso, calma. E essa imagem ficou bem patente aos 66′, não só pela maneira como Pedro Porro, sozinho na área, atirou a rasar o poste como pela reação que teve depois de mais uma chance de golo falhada. O espanhol seria o grande dínamo a disfarçar uma segunda parte bem menos inspirada da equipa verde e branca no plano ofensivo, vendo Arruabarrena evitar de novo o empate antes de Coates avançar para avançado num plano B já antes visto. Foi assim que Nuno Santos, numa segunda bola após má saída do guarda-redes contrário, tentou um chapéu que saiu mal (87′). Foi assim que Coates, num grande cabeceamento, obrigou Arruabarrena à melhor defesa da noite (90′). Foi assim que o Sporting voltou a perder, pela quarta vez na Liga, ficando a 12 pontos do Benfica e a quatro do FC Porto.

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