A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni escolheu para o cargo de vice-ministro das Infraestruturas e Mobilidade Sustentável um advogado de 47 anos que foi fotografado a usar uma braçadeira nazi.

A fotografia, tirada em 2005 e divulgada por um jornal italiano em 2016, foi recuperada a propósito da recente nomeação de Galeazzo Bignami para o Governo italiano.

Por altura da publicação da imagem, Bignami mostrou-se pouco preocupado com a situação, uma atitude bem diferente da que adotou esta segunda-feira, quando, segundo o The Guardian, disse estar “profundamente envergonhado”. Na mesma ocasião, o advogado originário de Bolonha condenou “qualquer forma de totalitarismo” e descreveu o nazismo como “o mal absoluto”.

Galeazzo Bignami é politicamente ativo desde 2013, quando se junto ao Força Itália, o partido de Silvio Berlusconi. Depois de ter passado por vários partidos de direita italianos, Bignami entrou para o Irmãos de Itália, sendo nomeado para um segundo mandato como deputado nas eleições gerais de setembro, que deram a vitória à coligação de extrema direita liderada por Giorgia Meloni e pelo Irmãos de Itália.

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A nomeação de Bignami foi condenada pela associação italiana anti-fascista, a Anpi, e pela oposição. O deputado democrata Marco Furfaro disse que a entrada do político bolonhês para o Governo italiano era “uma ofensa, uma indecência contra a constituição, a história, a memória e as vítimas da suástica”, citou o The Guardian.

Bignami não é a única escolha de Meloni a gerar polémica em Itália. O secretário de Estado Adjunto do Trabalho e Políticas Sociais, Claudio Durigon, foi obrigado a demitir-se no final deste verão do cargo que ocupava no Ministério da Economia do Governo anterior por ter proposto que um parque recebesse o nome do irmão de Mussolini, Arnaldo Mussolini, refere o The Guardian.

Isabella Rauti, secretária de Estado Adjunta da Defesa, é filha de Pino Rauti, membro do Movimento Social Italiano (MSI), fundado em 1946, após o fim da Segunda Guerra Mundial, por apoiantes de Mussolini.

A coligação de extrema direita liderada pelos Irmãos de Itália venceu as eleições de setembro com mais de 44% dos votos. Depois de ter assegurado os votos de confiança do parlamento necessários para governar, no final de outubro, o novo governo italiano tomou posse esta quarta-feira.