Francisco Louçã garantiu que a referência que lhe é feita no livro O Governador, do jornalista do Observador Luís Rosa, sobre os momentos mais marcantes dois mandatos de Carlos Costa como governador do Banco de Portugal, é falsa.
Nas redes sociais, o ex-líder do Bloco de Esquerda afirmou ter analisado “com detalhe” o livro, que tem por base uma série de entrevistas com Carlos Costa, e que a referência que lhe é feita na página 377 não é verdadeira.
Segundo Louçã, na página em causa, “como prova das pressões que teria sofrido”, é referido “que ‘a questão chegou ao ponto de o Ministério das Finanças constituir um grupo de trabalho sobre a problemática das finanças públicas, para o qual convidou Francisco Louçã’, que trataria de dividendos do banco e gestão de dívida e suas maturidades”.
“É pena que seja falso. Não conheço nem participei em nenhum grupo de trabalho criado pelo Ministério das Finanças nesse âmbito”, declarou Louçã, esclarecendo ter participado “sim, num grupo criado pelo acordo entre o PS e o Bloco, que, como foi público, incluiu vários economistas e também membros do Governo, e que apresentou um relatório no Parlamento sobre cenários da dívida pública”.
António Costa acusa Carlos Costa de “montar operação política” para o atacar
O desmentido de Francisco Louçã é o mais recente episódio na polémica em torno da publicação de O Governador, que tem vindo a suscitar reações da parte de várias personalidades políticas.
O primeiro-ministro António Costa, o primeiro a reagir, garantiu que vai avançar com um processo contra o antigo governador por considerar que as declarações feitas sobre si são “ofensivas”. Carlos Costa acusou o primeiro-ministro de intromissão política no caso de Isabel dos Santos. O caso mereceu um comentário da parte do Presidente, que declarou que jamais se pensou não aplicar a lei “que era desfavorável a Isabel dos Santos”.