“Não há nenhum problema entre o Fernando Santos e o capitão da Seleção Nacional. Somos amigos há muitos anos. Os treinadores tomam decisões. Ele [hoje] deu um exemplo de grande capitão”. No final da goleada de Portugal à Suíça, o selecionador nacional desmentiu qualquer problema com o antigo jogador do Manchester United. Mas a opção de deixar CR7 no banco rivaliza em mediatismo com o resultado final.
A partida desta terça-feira foi apenas o sexto jogo como suplente de Cristiano Ronaldo na Seleção desde 2004, altura em que ganhou a titularidade nas opções de Luiz Felipe Scolari. 18 anos depois, o avançado voltou a começar de fora, algo que não era uma realidade desde a partida de Portugal com a Rússia na Luz na segunda jornada do Euro-2004. Ou seja, entre cinco Mundiais (incluindo este) e quatro Europeus (sem o de 2004), nunca tinha sido suplente.
O estatuto de indiscutível nas escolhas de Fernando Santos, que agora parece estar ameaçado, foi uma constante desde que o selecionador pegou na equipa. Nos 80 jogos em que utilizou Ronaldo, só em outros três deles não o lançou de início: dois com Andorra, um oficial em 2017 e um particular em 2020, e, mais recentemente, com a Espanha, na Liga das Nações, em Sevilha.
No aquecimento, quando reparava nas câmaras, Ronaldo sorria – mas o rosto fechava quando as mesmas se afastavam. No banco, alternou também entre expressões mais felizes e outras de ar sério. Chegou a levantar-se e, com os nervos, ir ver o jogo encostado a um dos bancos. Comemorou os golos dos colegas, aqueceu e entrou cheio de vontade de marcar. Foi o que fez, mas o fiscal de linha invalidou o lance por fora de jogo.
No final da partida, outra imagem marcante – e demonstrativa dos sentimentos do capitão de equipa. Cumprimentou colegas e adversários – e foi o primeiro a agradecer o apoio dos adeptos. Mas, quando a equipa se dirigiu para as bancadas, CR7 fez o caminho contrário: seguiu sozinho para o balneário.