A pandemia não beliscou minimamente as finanças da maior parte das marcas de luxo ou das mais desportivas. Mas, lamentavelmente para a McLaren, este não foi o caso do construtor inglês, que foi apanhado pela Covid-19 no início do desenvolvimento do Artura, um modelo que o fabricante tinha como fundamental para agradar aos clientes, apesar da marca estar já a pensar em avançar para um modelo 100% eléctrico. A necessidade de fundos para investir fortemente, aliada à quebra das receitas, levou esta marca de desportivos que nasceu como equipa de F1 a ter de vender algumas das suas peças mais preciosas.

McLaren prepara eléctrico depois do fiasco do Artura PHEV

O ano de 2020 foi um dos piores na história da McLaren, enquanto construtor de superdesportivos, tendo-se visto obrigada a suspender a produção e despedir 1200 funcionários da sua fábrica em Woking, no Reino Unido. Valeu-lhe então o Mumtalakat, o fundo soberano do Bahrain, que não só já era o maior accionista do construtor, com 60% das acções, como controlava ainda o banco do Bahrain, através do qual foram garantidos os fundos para assegurar a sobrevivência. Ainda em 2020, a McLaren viu-se obrigada a vender as suas instalações em Woking a um fundo imobiliário por cerca de 200 milhões de euros, mantendo-se contudo como arrendatária por 20 anos, depois do Governo britânico ter recusado conceder-lhe o necessário apoio.

Mais recentemente, a McLaren continua a revelar resultados desastrosos, tendo perdido nos primeiros nove meses de 2022 cerca de 203 milhões de libras, aproximadamente 237 milhões de euros. Valeu-lhe, mais uma vez, o fundo do Bahrain que adquiriu alguns dos mais valiosos modelos de F1 da McLaren, tendo transferido para Woking o equivalente a 117 milhões de euros.

A marca britânica não especificou quais foram os F1 históricos que seguiram viagem para o Bahrain, mas a Bloomberg recorda que em 2021 a McLaren possuía na sua colecção alguns exemplares do primeiro superdesportivo da marca, denominado McLaren F1 e 54 relíquias da sua longa história na competição. Entre os F1 de outrora estão os McLaren pilotados pelos monstros da disciplina, de Ayrton Senna a Alain Prost, passando por Niki Lauda, Mika Häkkinen e Lewis Hamilton.

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