A McLaren atravessa um mau momento em termos de vendas, em parte devido à pandemia e à falta de chips. Em 2019 alcançou o seu melhor ano, tendo atingido perto de 1500 unidades, valor que caiu quase 50% em 2020, com a recuperação lenta a permitir ambicionar regressar ao mesmo patamar apenas em 2026. Daí que o antigo CEO tenha sido substituído por um novo, Michael Leiters, que até Julho deste ano era CTO da Ferrari, não só com a tarefa de recuperar o construtor britânico, como para ajudar a desenvolver o primeiro McLaren eléctrico.

Em conversa com a Auto Express, Leiters explicou que construtor que dirige passou a valorizar mais a qualidade, para nada colocar em risco a imagem da McLaren. Prova disso é o facto de o Artura, o híbrido plug-in (PHEV) da casa, ter sido suspenso até todos os problemas de juventude estarem resolvidos, de dificuldades com o software até a dois dos modelos presentes na apresentação a jornalistas terem ardido…

Além de garantir que, assim que todas as arestas estiverem limadas, o Artura PHEV entrará finalmente em produção, para começar a ser expedido para os clientes que já o reservaram, Michael Leiters assegurou ainda que também a McLaren vai ceder às pressões do mercado e avançar para um modelo 100% eléctrico. E se até aqui a estratégia da marca era “orgulhosamente só”, no que respeita às novas tecnologias, Leiters defende o contrário e aposta nas parcerias. Sem que a solução passe pela Audi, que tentou adquirir recentemente a McLaren, vendo mais fácil um possível relacionamento com a BMW, que dificilmente se pode hoje considerar uma referência na tecnologia eléctrica, o que pode mudar rapidamente com o passar dos anos.

Para o McLaren eléctrico, Leiters defende uma solução mais próxima de uma berlina desportiva, onde seja mais fácil “disfarçar” o peso necessariamente mais elevado devido à presença dos acumuladores. Paralelamente, o CEO garante que o McLaren eléctrico respeitará o ADN da marca, o que significa que será um dos eléctricos mais leves do mercado. E não será barato, ficando em linha com os restantes modelos da gama com motores de combustão, uma vez que o foco deverá estar no lucro e não no volume, realçou o gestor.

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