Tom Zhu Xiaotong. Assim se chama o homem que, segundo a imprensa chinesa, está mais bem posicionado para ocupar o lugar de Elon Musk como CEO da Tesla, assumindo o comando global da marca que tem tanto de Musk que poucos a conseguem imaginar sem ele.

Não tem necessariamente de ser assim. O que estará em cima da mesa, ainda sem qualquer confirmação, é que Musk procura algum “alívio” na direcção da Tesla, o que lhe permitiria desligar-se mais da componente executiva e de gestão e concentrar-se na área em que se sente mais confortável e onde, claramente, a Tesla faz a diferença: a engenharia.

Com o negócio a correr sobre rodas, com números recorde de produção, vendas, lucros e um colossal investimento para crescer ainda mais, o fabricante norte-americano de veículos eléctricos acaba de superar mais um desafio, colocando o Semi na estrada. E este é mais um exemplo de que Musk, mais cedo ou mais tarde, cumpre o que promete. Mesmo que apareça pouco para os lados de Austin… Mas, aparentemente, as suas idas cada vez mais espaçadas ao quartel-general da Tesla no Texas não agradam aos investidores e deixam-nos intranquilos, que preferiam ter alguém a dar a cara pela empresa e a puxá-la para cima. O que Musk fazia com mais frequência… antes de ter comprado o Twitter.

Enquanto o CEO da Tesla parece estar focado em recuperar rapidamente o investimento de 44 mil milhões de dólares naquela rede social, ecoam em crescendo os boatos de que o empresário se prepara para delegar. Um quadro do construtor norte-americano terá mesmo afirmado que o próprio Musk já tinha em mente a pessoa certa para o substituir como CEO. Agora, os chineses avançam o nome de Tom Zhu Xiaotong, homem que está na marca há oito anos, trilhando um percurso de ascensão. Hoje é o vice-presidente global da Tesla e o seu responsável máximo na China, onde começou por dirigir o programa de Superchargers.

Discreto, Xiaotong terá tido um papel determinante para fazer da Gigafactory Xangai um brutal exemplo de eficiência, produzindo num mês mais de 100.000 veículos. A manter-se esse ritmo de produção, a Gigafactory chinesa ameaça converter-se na maior fábrica de automóveis do mundo, independentemente da motorização. O recorde de Novembro permite-lhe sonhar com 1,2 milhões de unidades por ano, o que a deixa a “apenas” 300 mil unidades do complexo fabril da Hyundai em Ulsan, na Coreia do Sul, de onde saem anualmente cerca de 1,5 milhões de carros.

Xiaotong tem um perfil muito diferente de Musk e Musk é quem tem a última palavra. Até agora, nada disse – não confirma nem desmente os rumores. Mas a Bloomberg relata que Tom Zhu já está nos EUA e levou consigo uma equipa. Alegadamente para resolver os problemas da Gigafactory de Austin, embora isso seja um pouco estranho, atendendo a que Xiaotong é “só” o responsável pelas operações da Tesla em toda a região da Ásia-Pacífico. E relegar isso para segundo plano, para resolver os problemas de uma fábrica, faria mais sentido se Xiaotong tivesse voado para a Alemanha com a missão de garantir que a Gigafactory de Berlim descola.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR