Moscovo alertou esta quinta-feira que poderá levantar a moratória unilateral de colocação de mísseis de curto e médio alcance, se os Estados Unidos implementarem os seus sistemas em qualquer lugar da Europa ou Ásia.

“A Rússia vai aderir à moratória anunciada pelo presidente Vladimir Putin sobre a implantação de sistemas de alcance intermédio até que tais sistemas feitos nos Estados Unidos apareçam em qualquer lugar do mundo”, afirmou esta quinta-feira o vice-ministro das Relações Externas, Serguei Riabkov, que estava responsável por negociar com os Estados Unidos temas como o desarmamento nuclear e a estabilidade estratégica (diálogo que foi suspenso perante a invasão da Ucrânia).

Apesar disso, Riabkov realçou que a moratória mantém-se “em vigor”.

“Mas se as coisas se alterarem no que toca à implementação real de tais armas pelos Estados Unidos no teatro de operações europeu ou asiático, a nossa abordagem a esta moratória simplesmente não poderá permanecer a mesma. Esta é a lógica óbvia”, referiu.

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O ‘número dois’ da diplomacia russa proferiu estas declarações no mesmo dia em que o tratado que proibia mísseis de curto e médio alcance tinha sido firmado entre os Estados Unidos e a Rússia (na altura, União Soviética), a 8 de dezembro de 1987, cumpre 35 anos.

O tratado deixou de se manter em vigor em 2019, após acusações mútuas de incumprimento do acordo.

A Rússia propôs, nesse mesmo ano, à NATO uma moratória de implementação de sistemas de mísseis de curto e médio alcance na Europa e em dezembro de 2021 voltou a apresentar a sua proposta, junto com a exigência de que se sejam estabelecidas medidas de verificação do cumprimento da ação.