As forças de segurança iranianas que estão a reprimir os protestos pela morte de Mahsa Amini estão a usar deliberadamente uma estratégia para atingir a tiro as mulheres manifestantes em zonas como a cara e os genitais.
A notícia é avançada pelo The Guardian, que falou com vários profissionais de saúde em todo o país que têm tratado os ferimentos dos manifestantes. Muitos garantem ter notado um padrão diferente nos ferimentos dos manifestantes homens — mais atingidos pelas costas — e das mulheres, atingidas na cara e nos genitais.
Uma médica da província de Isfahan disse ao jornal crer que esta é uma estratégia deliberada para “destruir a beleza destas mulheres”. A médica relatou a experiência de ter tratado uma jovem na casa dos 20 anos que, para além de chumbos na coxa, tinha dois na vagina, que provocaram risco de infeção.
Outro médico, da cidade de Karaj, afirmou que os agentes de segurança “disparam para a cara e partes privadas das mulheres porque têm um complexo de inferioridade e querem livrar-se dos seus complexos sexuais magoando estas jovens”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano não comentou as alegações. Estas surgem um mês depois de uma outra investigação da CNN que revelou vários casos de assédio sexual e violação por parte de agentes de segurança sobre manifestantes, na região iraniana que fica próxima da fronteira com o Iraque.