A Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D, sigla em inglês) decidiu, esta segunda-feira, expulsar “com efeitos imediatos” a ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, do seu grupo político, após esta ter ficado em prisão preventiva por suspeitas de participação em organização criminosa, branqueamento de capital e corrupção. “O grupo S&D tem tolerância zero para a corrupção. Apoiamos uma investigação completa e cooperaremos totalmente com as autoridades.”

Em comunicado, o S&D refere que vai suspender a presença de todos os eurodeputados que “estejam sob investigação judicial”. “Os eurodeputados do S&D que tenham assessores parlamentares que sejam alvo de um inquérito judicial deverão, enquanto se aguarda o desfecho do processo, renunciar a qualquer responsabilidade e abster-se de qualquer atividade no Parlamento Europeu e no Grupo S&D que possa interferir com as políticas e relacionamentos em questão”, lê-se no documento.

Além disso, o S&D anunciou que vai apresentar-se como “parte lesada” e vai “procurar medidas legais contra aqueles que prejudicaram o grupo e o Parlamento Europeu como um todo”.

“Dada a seriedade das alegações, pedimos a suspensão de todos os trabalhos e votos plenários relacionados com os países do Golfo, particularmente no que diz respeito aos vistos e visitas planeadas”, apelam os socialistas europeus, que também propõem a criação de uma “comissão de inquérito” que se debruçará sobre a “interferência estrangeira nas instituições da UE”: “Neste contexto, grupo S&D iniciará o seu inquérito interno”.

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“Propomos que, caso a investigação conclua pela ocorrência de interferência estrangeira e corrupção, sejam impostas sanções a qualquer Estado e indivíduos envolvidos”, conclui o grupo político.

Iratxe Garcia: “O comportamento criminoso de umas pessoas mancha esta instituição a credibilidade da União Europeia”

A líder do grupo parlamentar da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, Iratxe García, também reagiu ao sucedido, descrevendo este dia como sendo “negro” e “muito triste para a democracia europeia”. “O comportamento criminoso de umas pessoas mancha esta instituição e a credibilidade da União Europeia.”

No plenário desta segunda-feira, Iratxe García apelou a que alegados culpados devem ser responsabilizados e que o Parlamento deve “responder com contundência para aclarar o que aconteceu e garantir que não volta a acontecer”.

“A cidadania europeia deve saber que conta connosco para esclarecer os factos para colaborar com a justiça e para atuar com responsabilidade”, afirmou Iratxe García, acrescentando que o “trabalho diário da imensa maioria dos deputados e deputadas do Parlamento não pode ficar prejudicado”.