O Twitter, rede social recentemente adquirida por Elon Musk, deixou de pagar a renda dos seus escritórios há semanas, incluindo o da sede em São Francisco. A empresa está ainda a considerar não pagar indemnizações aos vários empregados que despediu desde que Musk comprou a empresa em outubro, de acordo com informações avançadas pelo The New York Times.

A equipa do magnata está a reconsiderar pagar dois meses de salários e um mês de indemnizações que, no final de outubro, a empresa tinha garantido. Segundo testemunhos recolhidos pelo The New York Times, muitos dos antigos funcionários ainda não receberam nenhum documento que formaliza o fim do contrato de trabalho.

Estas e outras medidas — entre as quais a recusa do Twitter em pagar despesas relacionadas com deslocações de jato privado, num valor que ronda os 200 mil dólares (cerca de 188 mil euros) — inserem-se na tentativa do segundo homem mais rico do mundo de fazer cortes nas despesas da empresa, antecipando eventuais batalhas legais que Musk poderá ter de travar.

Para além dos cortes relacionados com as deslocações de jatos privados, com as rendas dos escritórios e com as indemnizações, Musk ainda reorganizou o departamento jurídico do Twitter dispensando um dos seus consultores mais próximos, substituindo-o pelo seu advogado pessoal, Alex Spiro, para liderar os assuntos jurídicos e políticos da empresa. Contudo, Spiro já não trabalha na empresa.

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Uma outra medida imposta para economizar despesas e tentar aumentar os lucros foi a demissão da equipa de cozinha. Equipamentos de escritório, da cozinha e eletrónicos da sede em São Francisco começaram a ser listados para um leilão.

A liderança de Musk tem sido caracterizada por uma série de demissões, por alterações das regras anteriormente em vigor e de medidas que têm afastado os anunciantes.

Twitter suspende conta que seguia jato privado de Musk

Elon Musk era, até ao início desta semana, o homem mais rico do mundo — perdeu esse estatuto para Bernard Arnault, o francês da LVMH, o grupo que controla a Louis Vuitton. E, tal como muitos muitos magnatas, também Musk tem um jato privado.

Durante algum tempo, havia uma conta bot, chamada ElonJet, que seguia as deslocações de Musk. Esta quarta-feira, Jack Sweeney, o responsável por esta conta, partilhou no Twitter que esta foi suspensa.

Curiosamente, em novembro, Musk tinha abordado o tema e dito que, na qualidade de defensor da liberdade de expressão, isso também se aplicava “até a não banir a conta que segue o meu avião, mesmo que isso represente um risco direto à minha segurança”.

Apesar da suspensão no Twitter, continua a ser possível seguir as movimentações de Musk em redes sociais como o Facebook ou Mastodon. Na rede social de Zuckerberg, por exemplo, a Elon Musk’s Jet partilhou que o agora segundo homem mais rico do mundo “voou de Los Angeles para Austin na noite passada após a conta ter sido suspensa no Twitter”.