O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, considerou esta quinta-feira que o combate à corrupção está interligado com a defesa dos direitos humanos e que é essencial para conseguir “um Estado mais justo e igualitário”.

“O trabalho da PJ é trabalhar sobre os direitos humanos. Quando tratamos da corrupção parece que não há uma vítima”, começou por afirmar Luís Neves na abertura da conferência “A contratação pública e os riscos de corrupção”, continuando: “O combate à corrupção tem que ver com direitos humanos. O nosso país ainda tem bolsas de pobreza e de gente que não tem grandes oportunidades”.

Perante a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, e a procuradora-geral da República, Lucília Gago, o diretor da PJ vincou ainda que a luta contra a corrupção é um combate pela cidadania e que a responsabilidade da força policial é agora maior, uma vez que dispõe atualmente de mais meios.

“Estamos a falar de esquemas criminosos que debilitam as finanças públicas, que, por sua vez, impossibilitam posteriormente que a redistribuição da riqueza e o apoio aos mais desprotegidos possa ser eficaz”, observou, acrescentando: “Ter mais meios é não nos voltarmos a esconder na insuficiência de podermos responder. Isso acabou ou está em vias de ser minorado”.

Reiterando que a PJ não vai desistir desta luta, Luís Neves salientou que a força policial colocou na esfera da corrupção 33% dos inspetores que entraram recentemente, alertando para a importância de reforçar a especialização nesta área, que definiu como um pilar na ação da instituição.

É importante fixar pessoas nesta esfera. Noutras áreas do conhecimento há especialistas nas diferentes áreas e aqui também tem de haver. Temos de criar condições para que as pessoas se fixem, porque não é possível estarmos permanentemente a mudar pessoas do norte para o sul ou desta para aquela área. Temos de fixar as pessoas em equipas estruturadas, coesas e duradouras”, resumiu.

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