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Oleg Deripaska, oligarca russo que desde o início da invasão da Ucrânia tem criticado a guerra e manifestado opiniões críticas do Kremlin, viu esta segunda-feira ser-lhe apreendido pela justiça russa um complexo hoteleiro avaliado em mil milhões de dólares (cerca de 943 milhões de euros).
O complexo hoteleiro, em Sochi, estende-se ao longo da costa do Mar Negro e compreende hotéis, apartamentos e piscinas, bem como uma marina. Assim, o diretor da empresa de alumínio russa United Company Rusal ficou ainda com a marina Imeretinskiy confiscada, de acordo com o Mail Online.
Deripaska é um dos poucos magnatas russos a condenar a invasão na Ucrânia e tem partilhado desde fevereiro várias mensagens na rede social Twitter em que critica a guerra. Pediu a paz e sublinhou que a destruição é um caminho sem volta.
Numa publicação, chegou a descrever a guerra como uma “loucura”; numa outra, feita em junho, afirmou que a guerra era um “erro colossal”.
We need peace as soon as possible, as we have already passed the point of no return – and this is the second point I agree with. The entire world will be different, Russia will be different as well.
— Oleg Deripaska (@DeripaskaOleg) March 7, 2022
I remain committed to my belief that an immediate ceasefire and peace agreement as soon as humanly possible is the best and only solution to stop this madness in Ukraine.
— Oleg Deripaska (@DeripaskaOleg) March 12, 2022
O Financial Times revela, citando fonte próxima do oligarca ,que o Kremlin já havia pedido para o oligarca “se acalmar” com os comentários sobre a guerra. Posteriormente, o Território Federal de Sirius, um centro de ciência e educação estabelecido por Putin no local dos Jogos de Inverno de 2014 em Sochi, entrou com três processos de disputa de terras contra a RogSibAl, a empresa de Deripaska proprietária do complexo.
Embora a disputa legal decorra do processo apresentado por Vladimir Putin, a reportagem do Financial Times sugere que as críticas de Deripaska à guerra podem ter influenciado o caso.
Em 2018, os EUA aplicaram sanções à empresa de alumínio de Oleg devido a atividades na península da Crimeia anexada à Rússia.