Os atrasos no pagamento do transporte de doentes não urgentes, por parte do Estados aos bombeiros, poderão obrigar as associações humanitárias a despedir trabalhadores já no próximo ano. Em causa estão dívidas entre 20 e 25 milhões de euros, revelou esta quinta-feira a Liga dos Bombeiros Portugueses ao Jornal de Notícias, e Évora e Castelo Branco são os distritos onde a situação é mais complicada.

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No ano passado, António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, reuniu com Lacerda Sales, antigo secretário de Estado da Saúde, que “resolveu um bocadinho o problema”. No entanto, a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, por exemplo, continua com uma dívida de um milhão e 300 mil euros às 12 corporações existentes neste distrito.

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Desde fevereiro que esta unidade não paga o serviço de transporte não urgente de doentes aos bombeiros de Proença-a-Nova, num total de dívida de cerca de 248 mil euros. E Ricardo Araújo, presidente dos Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova, foi claro: “As associações vão fechar e não estou a exagerar. É impossível estar 11 meses a trabalhar sem receber”.

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Esta quarta-feira, a Liga dos Bombeiros Portugueses esteve reunido com Margarida Tavares, secretária de Estado da Promoção da Saúde, para dar conta das dificuldades das associações humanitárias de bombeiros face aos pagamentos em atraso. Sem avançar datas, Margarida Tavares disse apenas que a mensagem será transmitida ao ministério da Saúde.