Centenas de elementos da comunidade curda manifestaram-se este sábado em Paris, França, na sequência do ataque terrorista que resultou na morte de três curdos. O protesto, que começou pacífico, evoluiu para atos de vandalismo e arremesso de pedras contra as autoridades, como se pode verificar em imagens transmitidas pela RTP. Num primeiro momento, elementos identificados como “segurança” (em Paris existem agentes de ordem civil, que não estão fardados) tentaram controlar os ânimos, mas a polícia de intervenção foi chamada a intervir e arremessou gás lacrimogéneo na direção dos manifestantes. O Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, já expressou solidariedade ao homólogo francês, Emmanuel Macron.
[Ouça aqui a análise do especialista em Relações Internacionais, José Filipe Pinto]
José Filipe Pinto: “França tem privilegiado a assimilação e não a inclusão dos imigrantes”
Segundo a Reuters, os manifestantes já dispersaram. Alguns partiram o alcatrão da estrada para conseguirem arremessar pedras contra os agentes da autoridade. A polícia francesa tem insistido que existem infiltrados entre os manifestantes que se aproveitam das reivindicações dos curdos para provocar confrontos.
O ataque ocorreu num centro cultural curdo e num café próximo na última sexta-feira numa zona movimentada do 10.º distrito de Paris. Após o assassinato, a polícia prendeu um homem de 69 anos que, como destaca a Reuters, havia sido recentemente libertado da prisão enquanto aguardava julgamento por um ataque com uma espada de sabre num acampamento de imigrantes em Paris há um ano.
De acordo diário Le Monde, a polícia já está a investigar a “motivação racista” como provável móbil do crime. A comunidade curda tem-se indignado pelo facto do ato não estar a ser tratado pelas autoridades como um ato terrorista com motivações racistas. Os manifestantes fazem igualmente várias acusações à Turquia.
Marcelo expressa solidariedade a Macron perante ataque “chocante”
Segundo uma nota publicada no site da Presidência, este sábado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou uma mensagem ao homólogo francês, Emmanuel Macron. Nela expressou “a sua solidariedade com as vítimas do atentado xenófobo em Paris, particularmente chocante num período que apela à Paz e à Fraternidade”.