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Cada casa em Bakhmut é uma “fortaleza”. As palavras são do líder do grupo de mercenários Wagner, que admitiu que os seus combatentes demoram dias e por vezes semanas nos confrontos com as forças ucranianas pelo controlo de uma única casa nessa cidade ucraniana.

As declarações de Yevgeny Prigozhin, em entrevista à agência Ria, confirmam as dificuldades sentidas pelas forças russas em avançar em Bakhmut. A cidade tem sido atingida por intensos combates entre as tropas de Moscovo e Kiev.

“Em Artemovsk, cada casa tornou-se numa fortaleza. Por vezes, os nossos [soldados] lutam por uma casa durante mais de um dia, às vezes durante semanas”, reconheceu, utilizando o nome que os russos utilizam para designar a cidade na região de Donetsk.

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Todos querem saber quando vamos capturar Artemovsk  [Bakhmut]”, afirmou.

Após a captura de uma nova casa não é possível, contudo, saber se romperam a defesa dos ucranianos, uma vez que cada avanço revela novas linhas de defesa. “Esta terça-feira de manhã tomaram uma casa. E atrás dela há uma nova linha de defesa e não apenas uma. E quantas linhas de defesa há em Artemovsk? Quinhentas não seria, provavelmente, um exagero“, acrescentou.

Bakhmut tornou-se palco de confrontos violentos entre os ucranianos e os russos, com as forças do Presidente Vladimir Putin a quererem uma vitória concreta na região. “Não há nenhum lugar vivo nas terras que não tenha sido danificado por granadas e incêndios”, admitiu recentemente o Presidente Volodymyr Zelensky, referindo-se à situação em Bakhmut e nas cidade de Soledar, Maryinka, Kreminna.

Os ocupantes realmente destruíram Bakhmut, outra cidade do Donbass que o exército russo transformou em ruínas queimadas”, afirmou Zelensky.

A situação é muito crítica nesta cidade ucraniana, sobretudo desde que as tropas ucranianas recuperaram o controlo de Kherson. Esta terça-feira, o Ministério da Defesa britânico referiu que é “improvável”que os militares russos consigam um “avanço significativo” em Bakhmut.

No relatório diário, os serviços de informação britânicos referem que as ofensivas russas no terreno são neste momento conduzidas em pelotão ou por secções. “Em meados de dezembro os militares russos e as forças Wagner aumentaram a frequência dos ataques nas imediações da cidade de Bakhmut, em Donetsk. No entanto, muitas dessas operações foram mal apoiadas”, concluem.

O grupo Wagner, fundado por Prigozhin em 2014, tem assumido um papel importante na “operação militar especial” russa na Ucrânia. São vários os relatos que chegam sobre as ações da companhia militar privada russa. São acusados de recrutar voluntários para a guerra nas prisões russas que, segundo o exército de Kiev, são usados como iscos humanos ao serem lançados para ataques frontais contra as linhas ucranianas.

Não é conhecido o número de combatentes que compõem as fileiras do grupo Wagner. As autoridades norte-americanas revelaram em dezembro que o grupo foi responsável por recrutar 40 mil prisioneiros. O próprio Prigozhin foi captado em vídeo a tentar convencer os detidos nas prisões russas a juntarem-se aos combates. Apesar das novas adições, há relatos de baixas pesadas ao longo dos últimos meses.

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Esta semana foram divulgados excertos de vídeos que mostram Prigozhin, um conhecido aliado de Vladimir Putin, numa visita a uma morgue improvisada. Nas imagens, gravadas no Ano novo é possível vê-lo a percorrer várias divisões numa cave perto da frente oriental, onde foram colocados os cadáveres dos combatentes do grupo que dirige.

“Os seus contratos acabaram. Vão para a casa na próxima semana”, refere Prigozhin, segundo uma tradução do The Guardian. “Estes estão a ser preparados para serem enviados”, acrescentou ao passar numa sala com vários sacos de cadáveres.

No vídeo ainda é possível ouvir Prigozhin dizer que os combatentes não têm equipamentos suficientes para conquistar território rapidamente, incluindo veículos blindados. “Há falta de veículos BMP-3 e projéteis de 100 mm para avançarmos de forma mais rápida e com maior confiança”, indicou.