Investir em sustentabilidade é, cada vez mais, uma tendência global. É pelo menos isso que os estudos mais recentes demonstram. E, no que diz respeito ao plano nacional, os portugueses querem dar o exemplo.
De acordo com o estudo Schroders Global Investor Study 2022, que envolveu mais de 23 mil pessoas em 33 locais a nível global, dois terços dos portugueses inquiridos (66%) acreditam que o investimento sustentável é a única forma de assegurar a rentabilidade a longo prazo – valor superior aos 60% da média global. Além disso, estão também confiantes no papel a desempenhar pelas empresas e assumem-se preocupados com as questões ambientais: 67% acredita que o investimento pode contribuir para melhorar a sustentabilidade ambiental e 58% confessa estar preocupado com o impacto das alterações climáticas nos seus investimentos.
Em contrapartida, um estudo do Instituto de Investigação da consultora Capgemini veio revelar alguma resistência por parte dos líderes empresariais em apostar na sustentabilidade. De acordo com este estudo, que entrevistou cerca de dois mil quadros superiores de 668 grupos empresariais em 12 países, 64% diz ter a sustentabilidade na agenda, mas menos de metade (49%) assume-o como uma prioridade para os próximos três anos. Pouco mais de um terço (37%) está a repensar o modelo de funcionamento da empresa.
Estudos à parte, a verdade é que, na prática, existem bons exemplos e, em Portugal, várias empresas, sobretudo do setor bancário, como é o caso UNIBANCO, associaram-se ao projeto Merece, o Movimento Empresarial para a Reciclagem de Cartões com Componentes Eletrónicos. Por isso, se considera que o planeta merece que cuidemos melhor dele, o que tem a fazer é muito simples: se tem uma empresa, pode candidatá-la para fazer parte do movimento; se é um cidadão individual, também pode dar o seu contributo. Para isso, basta identificar os cartões bancários que estão inutilizados (por exemplo, os que já passaram do prazo de validade) e depositá-los numa caixa Merece. Para saber onde encontrá-las, deve informar-se junto dos membros deste movimento: comece por verificar se o seu banco já faz parte, como acontece com o UNIBANCO.
Antes de depositar o seu cartão, risque os seus dados pessoais e corte-o ao meio, como forma de proteger a sua informação confidencial. Em alternativa, pode enviar por correio num envelope RSF disponibilizado por alguns membros do projeto Merece. Outra hipótese, é colocar o seu cartão bancário fora do prazo numa máquina ATM e deixá-lo ser automaticamente, capturado – mas isto, apenas, se o seu banco for membro do projeto Merece e tiver este mecanismo ativado.
Depois de recolhidos, os cartões são encaminhados para reciclagem: os componentes são triturados e depois são enviados para uma empresa que vai utilizá-los para fazer mobiliário urbano. E não acaba aqui! Porque o planeta merece que cuidemos dele, o projeto encarrega-se também de compensar as emissões de carbono geradas pela produção de cartões: por cada quilo de resíduos recolhido, é plantada uma árvore e a manutenção é assegurada durante cinco anos. Porquê este prazo? Explica-se com contas: a produção de cada cartão com componente eletrónico gera, em média, 150 gramas de carbono. E se um cartão, que pesa cerca de 6 gramas, gera 150 gramas de carbono, isto significa que 1 quilo de resíduos gera 25 quilos de carbono. Uma vez que cada árvore plantada poderá absorver, em idade adulta, 5 quilos de carbono por ano, em cinco anos conseguirá absorver 25, indo ao encontro do conceito de neutralidade carbónica. Até ao momento já foram recolhidos 10 quilos de resíduos e plantadas 10 árvores. Junte-se a este movimento! O planeta merece e as pessoas também.
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