Assim que pisou terreno português, Marcelo Rebelo de Sousa falou esta terça-feira, ainda no aeroporto de Lisboa, sobre os novos cargos de dois membros do Governo — de João Galamba e de Marina Gonçalves. E o Presidente da República decidiu focar as suas palavras, precisamente, na opção de Costa, que preferiu “não inovar e continuar sem mexer muito”.

Marcelo disse, depois de se deslocar ao Brasil para assistir à tomada de posse de Lula da Silva, que a escolha dos membros do Governo é uma decisão do primeiro-ministro e que, neste caso e sobretudo depois de Pedro Nuno Santos, Costa tinha duas hipóteses: “Ou escolhe o caminho de aproveitar uma situação destas para inovar, ou para continuar e mudar o mínimo possível”. “Escolheu pela segunda via”, disse Marcelo, acrescentando que Costa “preferiu a ideia do que menos mexia”.

Marcelo considera que Ministério da Habitação autónomo é “abertura de caminho”

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E não deixou de lado os avisos: “Conforme os resultados, será um sucesso ou não será. E isso cairá em cima do Governo e do primeiro-ministro”. Neste caso, e tendo em conta a proximidade entre Pedro Nuno Santos e João Galamba, Marcelo Rebelo de Sousa sugeriu a ideia de que “o critério é usar a prata da casa para não mexer muito”. “Se funcionar, é uma boa ideia, se não funcionar, tiramos daí as conclusões”, acrescentou.

Já sobre as críticas da oposição à escolha de João Galamba para novo ministro das Infraestruturas e de Marina Gonçalves para ministra da Habitação, o Presidente da República sugeriu apenas que “faz parte da atuação da oposição criticar e ser exigente em relação ao Governo e faz parte da responsabilidade do Governo governar”.

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Esta foi a primeira vez que Marcelo falou sobre os nomes escolhidos para ocupar a liderança das pastas das Infraestruuras e da Habitação, mas assim que foi anunciada a criação de dois ministérios, esta segunda-feira, o Presidente da República disse que “o primeiro-ministro terá dito que a razão fundamental da divisão em dois ministérios era óbvia: dar maior importância à habitação”.

“A habitação é um problema social grave em Portugal, e haver um ministério para a habitação autónomo é uma abertura de caminho que esperemos que tenha consequência”, acrescentou.