A Salesforce vai reduzir em 10% o número total de trabalhadores, juntando-se à onda de tecnológicas a fazer despedimentos. Em outubro de 2022, a última vez em que apresentou resultados ao mercado, a empresa tinha 79.824 trabalhadores. Feitas as contas, esta decisão vai afetar quase 8 mil trabalhadores.

Os despedimentos fazem parte de um plano de reestruturação que foi detalhado esta quarta-feira pela Salesforce à SEC, o regulador de mercados norte-americano. O plano tem como objetivo a redução de custos operacionais e também a melhoria das margens operacionais.

Além da redução de trabalhadores, a Salesforce também detalha que pretende reduzir o espaço de escritórios em determinados mercados, sem especificar em que pontos do globo é que isto pode acontecer. A tecnológica tem presença direta em Portugal, com um escritório inaugurado em 2020 em Lisboa. O Observador contactou a empresa em Portugal sobre o tema, que apenas remete para os esclarecimentos feitos à SEC.

A empresa antecipa gastar entre 1,4 e 2,1 mil milhões de dólares no âmbito deste plano, notando que entre 1.000 a 1.400 milhões de dólares vão estar ligados às compensações a atribuir aos empregados abrangidos por estes despedimentos.

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Marc Benioff, co-CEO e co-fundador da Salesforce, explicou numa carta enviada aos trabalhadores que “o ambiente continua a ser desafiante e que os clientes estão a ter uma abordagem mais ponderada nas decisões de compra”. “Com isto em mente, tomámos a decisão muito difícil de reduzir o número de trabalhadores em 10%, maioritariamente ao longo das próximas semanas.”

Benioff reconheceu também que foram “contratadas demasiadas pessoas” durante a pandemia, quando muitas tecnológicas registaram uma aceleração considerável das receitas. No espaço de um ano, entre outubro de 2021 e outubro de 2022, a Salesforce contratou mais de 10 mil pessoas.

Os empregados afetados começaram a ser avisados durante a manhã desta quarta-feira, foi anunciado. Nos Estados Unidos, onde tem a maioria do pessoal, os trabalhadores vão receber um pagamento mínimo de cinco salários, assim como seguro de saúde e recursos para encontrarem outro emprego.

Os despedimentos no setor tecnológico têm-se sucedido ao longo dos últimos meses: a Meta, dona do Facebook, oficializou em novembro um despedimento de 11 mil pessoas e também a Amazon despediu 10 mil pessoas no ano passado.

Amazon prepara despedimento de cerca de 10 mil pessoas, avança NYT

(Atualizada às 16h40)