A Amazon poderá ser a próxima tecnológica a avançar com despedimentos, noticia o New York Times. A gigante de comércio eletrónico poderá despedir cerca de 10 mil pessoas ainda esta semana, refere o jornal, citando pessoas com conhecimento do tema.

A confirmar-se, esta poderá ser a maior redução do número de trabalhadores na história da Amazon. No fim do terceiro trimestre, terminado em setembro, a empresa tinha cerca de 1,5 milhões de trabalhadores a tempo inteiro e a tempo parcial, ficando fora destas contas os prestadores de serviço. Feitas as contas, este corte de 10 mil pessoas representa menos de 1% da força global de trabalho da Amazon.

O jornal norte-americano avança que os cortes vão estar focados nas equipas da área de dispositivos, o que inclui  a divisão da Alexa, a assistente digital da companhia. Também é aberta a possibilidade de despedimentos na área de retalho e recursos humanos.

A confirmarem-se estes despedimentos, seria a segunda entre as big tech a anunciar despedimentos de larga escala no espaço de duas semanas. Na semana passada, a Meta, dona do Facebook, anunciou uma redução de 13% do total de trabalhadores, o que se traduziu no despedimento de cerca de 11 mil pessoas. 

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Zuckerberg oficializa despedimentos na Meta. Há 11 mil pessoas que vão sair da tecnológica

A Amazon registou um crescimento significativo das receitas e lucros durante a pandemia de Covid-19, à boleia dos confinamentos. No entanto, o regresso aos hábitos de consumo pré-pandemia voltaram a aproximar os clientes das lojas físicas, abrandando a frequência de compras na Amazon. O surgimento de uma guerra na Europa também está a pressionar a empresa, com o CEO Andy Jassy a deixar alertas sobre o significativo aumento de custos devido à subida dos preços dos combustíveis.

“A pandemia e a guerra na Ucrânia trouxeram um crescimento invulgar e desafios”, disse Jassy na apresentação dos resultados do primeiro trimestre de 2022, no final de abril. Nos trimestres seguintes os desafios tornaram-se ainda mais expressivos, com a empresa a ficar aquém das expectativas dos analistas e a partilhar perspetivas mais modestas de crescimento.

Um ano depois, como é a Amazon liderada por Andy Jassy? Gigante navega as águas agitadas do pós-pandemia e da inflação

“Há obviamente muita coisa a acontecer no ambiente macroeconómico”, partilhou Andy Jassy no comentário que acompanhava os resultados do terceiro trimestre. “Estamos a tentar equilibrar os nossos investimentos para serem mais otimizados sem comprometerem as nossas apostas estratégicas e a longo prazo.”

Já o diretor financeiro da Amazon, Brian Olsavsky, era mais direto no comentário, garantindo que a empresa estava a tomar medidas para “apertar o cinto, incluindo uma pausa nas contratações para certas áreas de negócio e a abrandar produtos e serviços onde se considera que há recursos que poderiam ser gastos de melhor forma noutras áreas”.

Esta notícia sobre planos para despedimentos surge numa altura em que a Amazon já se começa a preparar para um dos períodos mais ativos de compras: a Black Friday e ainda a altura das compras de Natal. A Black Friday é assinalada este ano a 25 de novembro, no dia a seguir à comemoração do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos.