O Tribunal da Relação de Évora deu parcialmente razão ao recurso interposto pela família do trabalhador Nuno Santos, que pediu a acusação de Eduardo Cabrita por homicídio negligente depois de o processo ter sido arquivado no ano passado, noticiou o jornal Público esta quarta-feira.

Nuno Santos foi atropelado mortalmente em junho de 2021  na A6 pela viatura onde seguia o então ministro da Administração Interna. Em maio do ano passado, o Ministério Público decidiu arquivar o processo e não acusar Cabrita de homicídio por negligência ou omissão. Apenas a acusação contra o motorista foi mantida.

Eduardo Cabrita demite-se depois de acusação no caso de atropelamento mortal

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A família do trabalhador recorreu da decisão e agora o Tribunal da Relação de Évora decidiu que os factos relativos ao antigo governante devem ser reapreciados. Cabrita deverá apresentar-se em tribunal de instrução criminal que decidirá se existem indícios suficientes para o levar a julgamento.

Segundo explica o Público, a audição de Cabrita só não acontecerá se o seu advogado prescindir dessa fase, o que remeteria o antigo ministro da Administração Interna diretamente para julgamento.

Eduardo Cabrita serviu como ministro da Administração Interna do Governo de António Costa entre 2017 e 2021. Demitiu-se do cargo após o Ministério Público ter acusado o seu motorista de homicídio por negligência, em dezembro de 2021.