Os veículos eléctricos são muito mais eficientes do que os seus congéneres a combustão, exigindo muito menos energia para se deslocar. Porém, como cerca de um litro de combustível fóssil possui aproximadamente a energia equivalente a 10 kWh, basta pensar como é fácil encontrar automóveis eléctricos com uma bateria de 100 kWh e autonomias superiores a 600 km, mas será pouco provável surgirem veículos com depósitos de gasolina ou gasóleo com apenas 10 litros de capacidade. Daí que seja fácil perceber os motivos que levam os veículos eléctricos a serem muito mais cuidadosos em relação a tudo o que incrementa o consumo, do peso à aerodinâmica, uma vez que transportam a bordo uma quantidade muito reduzida de energia.

Por isso, não é de espantar que o CEO da Citroën, Vicent Cobee, tenha previsto numa entrevista à Auto Express que os SUV têm os dias contados. Apesar desta solução estética ser de longe a preferida da maioria dos compradores, a realidade é que são maiores e mais volumosos, o que os torna mais pesados. E, para piorar ainda mais a situação, são ainda menos aerodinâmicos (Cx), exibindo para cúmulo uma maior superfície frontal (S), o que faz piorar consideravelmente a resistência ao avanço, ou seja, o S.Cx.

Cobee admite que o actual ranking de vendas não parece favorecer a sua antevisão para o futuro, mas confirma que a penalização no consumo e, consequentemente, na autonomia, é enorme. E avança com um exemplo: em relação a um SUV, uma berlina equivalente consegue facilmente incrementar a autonomia em 60 a 80 km, graças exclusivamente à aerodinâmica.

O CEO da marca francesa prevê ainda que, num futuro próximo, vão começar a aparecer limitações à capacidade do pack de baterias, seja através de incentivos ou por via de regulamentação e de impostos. As previsões de Cobee fazem sentido, pelo que é razoável fazer como a Citroën e começar a trocar a paixão que muitos condutores têm por SUV e passar a dedicá-la aos crossovers. Continuam a ser mais altos e a possuir um certo “cheirinho” a aventura, mas são consideravelmente mais leves e mais aerodinâmicos.

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