A manhã do 328.º dia de conflito na Ucrânia ficou marcada pela demissão de Oleksiy Arestovych, conselheiro do Presidente da Ucrânia. Arestovych viu-se envolvido em controvérsia depois de declarar erradamente que um sistema de defesa anti-aéreo ucraniano tinha abatido o míssil russo Kh-22, o mesmo que atingiu um prédio residencial na cidade de Dnipro, provocando a morte de 44 civis.

Conselheiro de Zelensky demite-se por causa de comentário controverso sobre míssil russo em Dnipro

Ao início da tarde, as autoridades ucranianas anunciaram que as buscas pelos desaparecidos no prédio residencial chegaram ao fim. Além dos 44 mortos (seis deles crianças), foram registados 79 feridos e 20 pessoas continuam desaparecidas.

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Esta terça-feira, a União Europeia confirmou que vai avançar com a primeira tranche de um fundo de 18 mil milhões de euros, que pretende ajudar o governo ucraniano a sobreviver ao inverno. A primeira tranche deste pacote, no valor de 3 mil milhões de euros, destina-se a pagar salários de funcionários públicos, cobrir pensões e manter escolas e hospitais a funcionar.

O que aconteceu durante a noite?

  • O Presidente Volodymyr Zelensky, considera que o “mundo ouviu a Ucrânia” em Davos, durante o Fórum Económico Mundial, que contou com a intervenção da primeira-dama ucraniana. Esta terça-feira, Zelensky discutiu com o homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier, o apoio militar prestado à Ucrânia.
  • Os ministros de Defesa do Reino Unido, Polónia e dos países Bálticos vão reunir-se esta semana numa última tentativa para pressionar a Alemanha a autorizar o envio dos tanques Leopard 2 para a Ucrânia, revelou o The Guardian.
  • O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visitará a China, um aliado da Rússia, entre 5 e 6 de fevereiro, para tentar aliviar as tensões entre os dois países.
  • Três aviões da NATO chegaram hoje à Roménia e terão a missão de vigilância das atividades militares russas na região do Mar Negro, anunciou o Ministério da Defesa romeno.
  • A Polícia norueguesa disse que quer interrogar o ex-comandante do grupo russo Wagner que pediu asilo político no país. Depois de fugir da Rússia para a Noruega numa viagem atribulada, Andrei Medvedev deverá ser ouvido num futuro próximo. Apesar dos receios pela segurança, o russo diz-se disposto a colaborar.
  • O comandante-chefe do exército ucraniano, Valerii Zaluzhnyi, encontrou-se com o chefe do Estado-maior das Forças Armadas dos EUA, Mark Milley, na Polónia. Este foi o primeiro encontro presencial entre os dois em mais de dez meses de guerra.
  • A Rússia alargou a lista de representantes das instituições da União Europeia (UE) e dos seus Estados-membros proibidos de entrar em território russo.
  • Os Países Baixos prometeram fornecer à Ucrânia um sistema de defesa antiáreo norte-americano Patriot. A notícia surge no dia em que o primeiro-ministro Mark Rutte esteve de visita aos Estados Unidos para um encontro com o Presidente Joe Biden.
  • O fundador e líder do grupo de mercenários Wagner, que combate atualmente na Ucrânia, garantiu que não há cidadãos sérvios nas suas fileira. Os combates da companhia militar privada “nunca estiveram na Sérvia”, sublinhou Yevgueni Prigozhin.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O número de mortos do ataque russo a um prédio residencial em Dnipro subiu para 45. Os dados constam de uma nova atualização avançada pelo governador regional, Valentyn Reznichenko, citada pela Sky News.Em Moscovo, quatro pessoas foram detidas esta terça-feira num memorial em memória das vítimas do ataque a Dnipro.

  • O Presidente russo submeteu ao Parlamento uma proposta para colocar um fim aos tratados internacionais do Conselho da Europa relacionados com a Rússia. Se for aprovada, significa que a Rússia está de saída de 21 acordos, incluindo a Convenção sobre a Proteção dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais.
  • A presidente da Comissão Europeia revelou que a UE pretende introduzir um novo pacote de sanções à Rússia. Este seria o 10.º contra Moscovo, face à invasão da Ucrânia.
  • A representante de direitos russa, Tatiana Moskalkova, negou ter discutido com o homólogo ucraniano, Dmitry Luninets, uma troca de cerca de mil prisioneiros durante um encontro na Turquia. “Nunca falamos sobre tal cenário”, garantiu. As declarações contrariam a informação divulgada na terça-feira pelo representante de direitos turco, Seref Malkoc.
  • O Presidente russo, Vladimir Putin, estará a preparar-se para fazer um anúncio “muito importante” sobre a guerra na Ucrânia na quarta-feira. A notícia está a ser avançada pelo governador pró-russo de Zaporíjia, Vladimir Rogov, e replicada na imprensa russa, apesar de a informação não ter sido confirmada pelo Kremlin.
  • No discurso no Fórum Económico Mundial, a primeira-dama ucraniana disse que a Rússia vai alargar a guerra a outros países. O vice-presidente da Conselho de Segurança da Rússia (e ex-primeiro-ministro e ex-Presidente russo) condenou a discussão no evento, criticando o diálogo sobre o fornecimento de tanques à Ucrânia.
  • O diretor da CIA, Bill Burns, encontrou-se com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, um mês antes da invasão russa para o avisar das intenções do Kremlin relativamente à Ucrânia, bem como dos planos para assassinar o próprio Zelensky.
  • Perante a intenção anunciada de Kiev voltar a ter a Crimeia no mapa da Ucrânia (região foi anexada por Moscovo em 2014) Sergey Naryshkin, chefe dos espiões russos, foi muito claro: “Isso é impossível”, cita-o a agência russa Tass.
  • Um porta-voz do Kremlin anunciou que a Rússia está a preparar “grandes mudanças” nas suas forças armadas entre 2023 e 2026. Depois de meses de perdas na Ucrânia, o ministro da defesa, Sergei Shoigu, afirmou que serão reforçadas as forças navais, aéreas e de mísseis estratégicos. Por agora, Moscovo recusou confirmar se o Presidente russo deu ordens para conquistar Donbass antes de março.
  • Um novo encontro entre os chefes dos serviços de informação russo e norte-americano pode vir a acontecer em breve, adiantou o líder dos espiões russos. A ideia de uma nova reunião entre os dois não foi afastada pelo porta-voz do Kremlin, segundo a agência de notícias russa Tass.

O que aconteceu durante a manhã?

  • No discurso no Fórum Económico Mundial, a primeira-dama ucraniana disse que a Rússia vai alargar a guerra a outros países. . “Nunca foi sua intenção restringir-se às fronteiras ucranianas”, afirmou Olena Zelenska.
  • Um dia depois de Christine Lambrecht ter apresentado a demissão, na sequência de críticas à mensagem de Ano Novo que publicou nas suas redes sociais, a Alemanha escolheu um novo ministro da Defesa: Boris Pistorius.
  • As Nações Unidas revelaram que já registaram mais de 7 mil mortes de civis na Ucrânia, vítimas do conflito que se iniciou em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu o país. A organização acredita, no entanto, que o número real possa ser “consideravelmente superior”, uma vez que existem relatórios pendentes.
  • A federação australiana de ténis baniu as bandeiras da Rússia e da Bielorrússia do Open da Austrália, a pedido do embaixador ucraniano em Camberra. A embaixada russa na Austrália já reagiu, descrevendo a situação como “inaceitável” e “mais um exemplo da politização inaceitável do desporto”.

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  • Nas últimas 24 horas, o Estado-maior das Forças Armadas da Ucrânia registou mais de 70 ataques russos a 15 povoações próximas da cidade de Bakhmut. “O inimigo está a atacar constantemente e sem parar. E nós estamos a tentar manter as nossas posições”, indicou o analista militar Oleh Zhdanov.