O Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, duas médicas obstetras e uma seguradora vão pagar 150 mil euros a uma família por más práticas que conduziram à paralisia cerebral de uma bebé que nasceu em 2014, noticiou esta quarta-feira o Jornal de Notícias.

Em causa está um parto ocorrido em 2014 no Hospital São Sebastião (Santa Maria da Feira) em que a mãe, Maria do Céu, apenas foi submetida a uma cesariana após quatro tentativas de recurso a fórceps (os instrumentos em forma de tenaz utilizados para retirar a bebé) e três manobras com ventosas.

Quando nenhuma destas técnicas resultou, Maria do Céu foi então submetida a uma cesariana considerada emergente. Segundo o JN, a bebé teve de ser reanimada e entubada na unidade de cuidados intensivos neonatais. A seguir, com o quadro clínico a agravar-se, foi transferida para o Hospital de São João, no Porto.

A criança sobreviveu, mas uma junta médica estabeleceu que tinha 80% de incapacidade. De acordo com o Jornal de Notícias, a menina não fala, não reage a estímulos e tem a mobilidade reduzida, sendo obrigada a utilizar uma cadeira de rodas.

Uma análise da Ordem dos Médicos concluiu que não tinha havido má prática clínica, mas o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses argumentou que a cesariana devia ter sido utilizada desde o início: “É possível estabelecer um nexo de causalidade entre a utilização dos instrumentos e as lesões traumáticas apresentadas pela recém-nascida e o seu estado clínico na data da alta”, cita o JN.

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