De acordo com o governo ucraniano, 6.543 soldados russos entraram em contacto com a linha de apoio “Quero viver” entre 15 de setembro de 2022 (o dia em que foi lançada) e o passado dia 20 de janeiro. O call center, que tem como objetivo ajudar militares russos a renderem-se da guerra, está instalado numa localização secreta para evitar interferências.
Vitaly Matvienko, porta-voz do departamento de prisioneiros de guerra, disse ao jornal The Guardian que as identidades de todos os soldados russos que entram em contacto com a linha de apoio são verificadas através do seu número de serviço e dos seus dados pessoais.
São 10 os operadores que estão a trabalhar neste projeto, 24 horas por dia, sete dias por semana. Em média, recebem entre 50 a 100 chamadas e mensagens todos os dias.
“Durante a libertação de Kherson, recebemos chamadas de russos que nos diziam: ‘Salvem as nossas almas porque estamos presos algures na lama, o nosso batalhão está completamente destruído, sobram-nos 10 soldados, por favor tirem-nos deste caos'”, relatou Matvienko ao mesmo jornal.
Embora tenha revelado o número total de chamadas recebidas, Matvienko não forneceu informação relativamente ao número de rendições que já foram realizadas. No entanto, sabe-se que lhes é dada a oportunidade de serem mais tarde devolvidos em trocas de prisioneiros ou de se manterem sob a custódia do organismo, podendo eventualmente ficar na Ucrânia ou emigrar.
Quando os russos optam pelas trocas de prisioneiros, o porta-voz do departamento de prisioneiros de guerra diz que lhes passa pessoalmente cartões da linha de apoio “Quero viver”, já que muitas vezes, assim que voltam para a Rússia, são postos novamente nos campos de batalha.