É possível estar no mesmo sítio sem estar no mesmo sítio? Fisicamente, não. Num conceito mais lato, talvez. E um bom exemplo disso foi o que se passou na antecâmara da final da Taça da Liga no Estádio Municipal de Leiria, na zona de acesso à tribuna. Pinto da Costa chegou mais cedo com outros elementos da estrutura dos dragões, trocou recordações com Pedro Proença, líder da Liga, e com Gonçalo Lopes, presidente da Câmara Municipal de Leiria, e ficou no local à conversa. Frederico Varandas iria apenas mais tarde cumprir todo esse “protocolo”, dirigindo-se depois para outro espaço distante do homólogo dos dragões. Nunca falaram.

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Apesar de algumas críticas feitas ao longo da semana por adeptos do FC Porto e do Sporting quando foi público que ambos os presidentes estariam sentados na tribuna do Municipal de Leiria, nada se alterou havendo apenas Pedro Proença no meio dos dos dirigentes que trocaram duras palavras no passado e que têm inclusivamente um processo a decorrer na Justiça. Também aí, não trocaram qualquer palavra. E assim foi até ao final, altura em que Varandas se juntou aos restantes elementos da SAD e da Direção presentes no estádio e que Pinto da Costa ficou para a entrega das medalhas ao conjunto vencedor do troféu.

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O ambiente pode ter sido frio como a noite mas não houve qualquer tipo de celeuma ou confusão como a que tinha acontecido no final do encontro do Campeonato em fevereiro de 2022, altura em que no meio de um desaguisado após a passagem de Frederico Varandas pela sala de conferência de imprensa do Estádio do Dragão ficou sem telefone e os respetivos cartões que lá estavam. Nessa noite, após um empate a dois que favoreceu sobretudo o FC Porto que liderava o Campeonato com seis pontos de avanço, o presidente leonino apontou à arbitragem pela expulsão de Coates e outros lances duvidosos entre críticas abertas a Pinto da Costa; desta vez, visou de novo a atuação do árbitro que era o mesmo: João Pinheiro.

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“Quando jogámos 11 para 11, fomos muito superiores ao nosso adversário. Demonstrámos isso em campo, fomos uma grande equipa. Fomos melhores enquanto estivemos 11 para 11. Infelizmente, tem-se repetido esta história. Curiosamente, fui ver os últimos cinco jogos entre Sporting e FC Porto e o Sporting tem seis expulsões contra apenas uma do nosso adversário. O árbitro João Pinheiro conseguiu ter o rigor de mostrar o segundo amarelo ao Paulinho naquele lance, mas o VAR não teve o mesmo rigor ao perdoar um vermelho direto por uma agressão clara que o VAR não pode falhar, do Wendell ao Pote”, começou por apontar Frederico Varandas, acompanhado por vários dirigentes, numa declaração sem perguntas.

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“Também temos um jogo onde o Otávio termina sem um único cartão. Poderia ser surpresa mas não é. O Otávio, em 17 jogos na Liga, tem apenas um cartão amarelo. Tem sido este o critério. Foram seis expulsões em cinco clássicos. Felizmente, eu sou um otimista. Acredito que este condicionalismo que os árbitros ainda têm e está a demorar a sair… Acredito, eu sou otimista, nós somos resistentes, também somos jovens, que isto vai acabar tudo bem”, concluiu o presidente verde e branco.