As descargas de água tratada da central nuclear de Fukushima, destruída no tsunami de 2011, são seguras, num processo realizado com a máxima transparência, afirmou esta segunda-feira o governo do Japão.

“O governo partilhou informações de forma transparente e não tem qualquer intenção de despejar água no mar que não seja segura“, disse um responsável governamental, numa conferência de imprensa com órgãos de comunicação social estrangeiros no país.

No início deste mês, o governo aprovou um plano revisto para descarregar no oceano Pacífico, nos próximos meses, água contaminada e tratada, acumulada nas instalações da antiga central de Fukushima.

O mesmo responsável do Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI) afirmou que foi conseguido reduzir a “concentração de substâncias radioativas utilizando o sistema ALPS [Advanced Liquid Processing System]”, embora em algumas ocasiões e depois deste tratamento, “a percentagem de concentração tenha ficado acima da regulamentada”.

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Isto teria acontecido logo depois de o lançamento do sistema ALPS ou logo no início das operações, quando o principal objetivo era reduzir a exposição dos cidadãos à água contaminada.

A água altamente contaminada gerada pela central é processada nos chamados circuitos ALPS para remover 62 tipos de materiais radioativos, com exceção do trítio, e devolvida ao armazenamento em tambores antes de ser descarregada para o mar.

O METI insistiu que o trítio, em baixas concentrações, está presente na natureza, tal como na água da torneira, na chuva e no corpo humano, e que os níveis deste elemento a ser descarregado no mar serão 40 vezes inferiores ao limite máximo legal estabelecido pelo governo japonês para a água potável.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) também assinalou, a 20 de janeiro, que a descarga desta água no mar será baseada nos “mais elevados padrões internacionais de segurança”, em resposta às preocupações dos países vizinhos.

A este respeito, o METI indicou ainda ter realizado mais de 100 sessões de formação e diálogos com países vizinhos como a Coreia do Sul e a China, planeando continuar com estas ações “nos próximos meses”.