A série de banda desenhada japonesa “Sunny”, de Taiyo Matsumoto, sobre a vida numa casa de acolhimento para crianças, começa a ser publicada este mês em Portugal, com selo da editora Devir.
“Sunny” é uma série de uma mangá (designação para a banda desenhada japonesa) publicada originalmente a partir de 2010 numa revista no Japão, e condensada, mais tarde, em seis volumes, cuja edição chega agora ao mercado português.
O primeiro volume, com mais de 400 páginas, apresenta uma galeria de personagens composta sobretudo por crianças, que coabitam numa casa de acolhimento, por terem ficado órfãs ou sido abandonadas pelos pais.
A narrativa começa com a chegada de um novo rapaz, Sei, que é recebido entre a indiferença e a estranheza pelas outras crianças.
Na história, Taiyo Matsumoto desenha as relações entre todos os habitantes da casa de acolhimento e as angústias individuais pela ausência dos pais, as dores de crescimento, o dia-a-dia na escola.
O ponto de refúgio para todos eles é “Sunny”, um carro abandonado num terreno junto à casa de abrigo e no qual as crianças se abstraem da realidade.
Numa entrevista em 2015, Taiyo Matsumoto disse que desde sempre quis desenhar esta história, porque ele próprio viveu durante alguns anos em casas de acolhimento, mas rejeita que “Sunny” seja totalmente autobiográfico.
Matsumoto, com 56 anos, publicou os primeiros trabalhos em banda desenhada em 1987 na revista Afternoon. Nessa altura “a descoberta da banda desenhada europeia, aos 20 anos, abriu-lhe novas perspetivas e influenciou tanto a variedade temática da sua obra – que transita entre o desporto, a comédia familiar, relato social ou o épico de ficção científica – quanto o estilo artístico”, refere a editora Devir em nota biográfica.
Da obra já publicada pelo autor japonês, destaca-se “Tekkon Kinkreet” (1993), BD também protagonizada por dois órfãos, já adaptada para animação, “Ping Pong” (1996), que teve direito a uma transposição para filme em imagem real, e “Les chats du Louvre” (2017).
Taiyo Matsumoto soma vários prémios, entre os quais um de excelência em mangá, em 2007, no Japão, e um Eisner, em 2020, nos Estados Unidos.