Afinal, as aparições, que têm sido constantes, de objetos voadores no espaço aéreo norte-americano podem ou não envolver extraterrestres? A resposta não é clara ou, pelo menos, depende de quem a der: num espaço de 24 horas, o Pentágono não excluiu a hipótese mas a Casa Branca sim, garantindo que “não há indicação de alienígenas” envolvidos nestes casos.
O mistério adensou-se já depois de, no início de fevereiro, os norte-americanos terem identificado um balão chinês que pôs as defesas do país em alerta e valeu à China acusações de espionagem. Entretanto, durante o fim de semana, o Pentágono disse não saber ainda qual é a origem de outros três objetos voadores abatidos, um que foi abatido sobre o Alasca na sexta-feira, outro detectado no domingo e outro, no mesmo dia, que sobrevoava a fronteira do estado do Michigan e Ontario, já do lado do Canadá.
Ora esta segunda-feira, a assessora da Casa Branca Karine Jean-Pierre respondeu aos jornalistas, em conferência de imprensa, para garantir que o governo de Joe Biden não acredita que haja extraterrestres envolvidos nestas aparições: “Não há sinais de aliens ou atividade extraterrestre nestes objetos abatidos”, disse, acrescentando, como cita o New York Times, que “adora” o clássico filme E.T.
Na mesma conferência de imprensa, a Casa Branca disse que os três objetos não identificados abatidos desde sexta-feira constituíam uma ameaça “muito real” ao tráfego aéreo civil, uma vez que estavam a voar a uma altura mais baixa do que o balão chinês, mas não estavam a emitir sinais de comunicação. Não há ainda qualquer conclusão sobre a origem ou propósito desses objetos.
Na véspera, o Pentágono, sede do departamento de Defesa dos Estados Unidos, não tinha descartado a hipótese que envolveria alienígenas na explicação. Coube ao general Glen VanHerck, responsável pela supervisão do espaço aéreo norte-americano, deixar para os serviços de inteligência do país essa investigação: “Não excluo nada. Neste momento continuamos a avaliar todas as ameaças ou possíveis ameaças, desconhecidas, que se aproximem dos EUA, tentando identificá-las”, disse, citado pela Reuters.
Sem essa identificação feita para já, explicou, não é possível sequer determinar de que tipo de objetos se trata: “Estamos a chamar-lhes objetos, e não balões, por alguma razão”.
Como a Reuters recorda, estes incidentes acontecem numa altura em que o Pentágono tem redobrado os seus esforços para investigar aparições de objetos não identificados, tendo analisado, em junho de 2021, num relatório entregue ao Congresso, 144 visionamentos desde 2004. Um relatório do mês passado acrescentava 366 casos, 171 deles sem explicação oficial, mas até agora também sem qualquer indicação de que pudessem ser associados a visitas extraterrestres.