A sigla GSe, que no passado era aplicada aos desportivos da Opel, uma espécie de GTI à alemã, está de regresso  à marca. Agora já não com a forma GS/E (de Grand Sport Einspritzung ou Grand Sport Injection), como era utilizada pelo Commodore de 1970, ou GSE do Monza de 1983, mas sim GSe, sinónimo de “performance electrificada”, uma vez que todos eles reforçam a potência do motor principal a combustão, com uma unidade eléctrica alimentada por uma bateria recarregável. Estes híbridos plug-in (PHEV) aumentam a potência diminuindo os consumos e as emissões, para, por outro lado, apresentarem um chassis mais eficaz graças a modificações na suspensão.

Os modelos com acesso ao estatuto GSe serão, pelo menos para já, o Astra – na versão berlina de cinco portas e carrinha Sports Tourer – e o Grandland. O Astra chegará ao nosso mercado no início de Maio, enquanto o Astra Sports Tourer está agendado mais para o final de 2023. O Grandland será o primeiro a chegar, com o arranque das entregas a clientes a começar no final de Março deste ano. A Opel aproveita para salientar o facto de 14% dos clientes já materializarem a compra dos modelos da marca online.

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GSe com chassi mais desportivo

Todos os GSe recorrem a suspensões desportivas para se tornarem mais eficientes e divertidos de conduzir. A altura ao solo começa por ser reduzida em 10 mm, ajudando assim a baixar o centro de gravidade e, com isso, incrementando a agilidade do veículo. A maior proximidade ao solo ajuda a diferenciar as versões GSe das restantes, em companhia dos para-choques específicos, das jantes distintas e de 18”.

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Além de mais baixas, os GSe adoptam igualmente suspensões mais duras, o que é conseguido à custa de amortecedores 11% mais rijos. Trata-se de amortecedores Koni FDS (de Frequency Selective Damping), uma tecnologia que permite dois níveis de dureza e que controla de forma distinta as solicitações de alta e de baixa frequência. Isto reduz o adornar da carroçaria em curva, mais uma vez privilegiando a eficácia do comportamento. Conte ainda com um sistema de direcção 9% mais responsive, capaz de passar mais informação da estrada ao condutor (níveis de tracção e aderência), incrementando o prazer ao volante mas também a eficácia.

Durante o percurso em que conduzimos os novos Astra GSe, tanto na versão berlina como na Sports Tourer, confirmámos a maior facilidade com que os GSe se inserem em curva, bem como a eficiência com que aceitam aceleração. Não se tratando de versões 100% desportivas, afinadas em matéria de suspensão sem compromissos, os GSe conseguem ser mais eficazes sem deixar de continuar a privilegiar o conforto, nunca se revelando “secos” ou excessivamente duros quando a rodar em zonas de piso menos regular.

As mesmas vantagens comprovadas nos Astra GSe repetem-se no Grandland GSe, apesar deste ser um modelo mais alto e mais pesado. O SUV beneficia do facto de possuir uma suspensão independente traseira, do tipo multilink, o que permite ser endurecida sem beliscar tanto o conforto. Juntamente com o chassi mais desportivo, os Grandland e Astra GSe montam os já conhecidos volante de tacto e dimensões agradáveis, a fazer conjunto com os bancos anteriores envolventes e a proporcionar o necessário apoio, certificados pelo instituto alemão AGR.

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Motor PHEV mas só o mais potente

A Stellantis possui no seu banco de órgãos dois níveis de potência total, com os motores de combustão e eléctrico a somarem 180 cv ou 225 cv. Os Astra GSe apenas estão disponíveis com a mecânica mais potente, que associa o motor 1.6 sobrealimentado a gasolina, com uma potência de 180 cv e 250 Nm, a um eléctrico com 110 cv e 320 Nm, valores que uma vez modulados e em conjunto atingem os mencionados 225 cv e 360 Nm.

A alimentar o motor eléctrico, assegurando ainda uma autonomia em modo 100% eléctrico de 64 km, valor anunciado em WLTP, está uma bateria com uma capacidade total de 12,4 kWh (9,9 kWh úteis). Os Astra GSe anunciam 235 km/h de velocidade máxima e 0-100 km/h em 7,5 segundos (7,6 segundos na Sports Tourer), tendo sido possível constatar ao volante a generosa potência disponível, com o motor eléctrico a fornecer uma resposta imediata ao acelerador. Pareceu-nos igualmente que a mecânica está bem insonorizada e, como seria de esperar, mesmo a circular em ritmo calmo, a autonomia em modo eléctrico não nos pareceu capaz de ultrapassar os 40 a 45 km.

Mas o GSe mais potente é o Grandland, que nesta versão monta não um, mas dois motores eléctricos, além de um motor 1.6 turbo mais possante, com 200 cv e 300 Nm. O primeiro motor eléctrico continua instalado dentro da caixa automática, mais especificamente no lugar do volante do motor, fornecendo 110 cv e 320 Nm. A novidade é o segundo motor instalado no eixo traseiro, com 113 cv e 166 Nm, que se destina a reforçar a potência total, mas sobretudo a tracção integral. Disponibilizando uma potência combinada de 300 cv e um binário de 520 Nm, foi fácil confirmar ao volante a agilidade do Grandland GSe, apesar de pesar 1867 kg, valor que em parte é devido à instalação de uma bateria de maiores dimensões, uma vez que a capacidade subiu de 12,4 para 14,6 kWh, o que lhe permite continuar a anunciar 63 km de autonomia em WLTP. Contudo, esta versão limita a capacidade da bagageira, que cai dos originais 514 litros para apenas 390.

Já lhe dissemos quando chegam a Portugal os novos GSe, pelo que falta apenas avançar com os preços. O Grandland, o primeiro a ficar disponível para entregas, já pode ser encomendado por valores a partir de 60.932€. O Astra GSe chega ligeiramente mais tarde, por 51.090€.