O BE defende que “o Governo é fraco” e que, apesar de António Costa mandar “mais do que nunca”, o seu “bloco partidário entra em desagregação”, assegurando os bloquistas que serão “a mais forte oposição” ao executivo socialista.

Estas são algumas das ideias defendidas no texto com os tópicos para a moção A, ao qual a agência Lusa teve acesso, e que é subscrito pela ainda coordenadora bloquista, Catarina Martins — que anunciou esta terça-feira que não será recandidata ao cargo —, pela deputada Mariana Mortágua, que deverá ser candidata à liderança, pelo líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, e pela eurodeputada e ex-candidata presidencial, Marisa Matias, entre outros, tendo sido já enviado a todos os militantes do partido, cuja XIII Convenção Nacional decorre em 27 e 28 de maio, em Lisboa.

Uma força, muitas lutas” dá o mote a esta moção aberta agora a contributos e que será discutida nos debates preparatórios da convenção pelo país.

É no tópico intitulado “liderar a oposição” que são feitas várias críticas ao Governo do PS, considerando que “a má política da maioria absoluta fragiliza-a pela exibição da arrogância política e da desigualdade social, mas o seu alicerce no poder económico continua sólido”, uma vez que, em “plena turbulência, os donos de Portugal são o cinto de segurança” do executivo.

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A maioria absoluta não passou pelo estado de graça pós-eleitoral e a própria viabilidade da legislatura passou a estar em questão após uma infindável sucessão de escândalos típicos do PS inchado. António Costa manda — mais do que nunca —, mas o seu bloco partidário entra em desagregação”, defende, considerando que neste contexto “qualquer conquista sairá da intensificação da luta social”.

Para os subscritores deste texto, “ainda que protegido no parlamento, o Governo é fraco”, criticando a precariedade e os salários baixos, o “bullying social sobre os professores” que deixou a escola pública em rutura ou o facto de as pensões terem sido as “primeiras vítimas da maioria absoluta“.

O Bloco de Esquerda será a mais forte oposição ao Governo, por ser a força da esquerda que representa a democracia contra a desigualdade e o ecossocialismo contra a destruição. A nossa força será a das mobilizações cidadãs por justiça social e a do nosso programa de governo, que lhes responde neste tempo exigente”, promete.

Os bloquistas reiteram que “uma direita fragmentada e o crescimento do Chega forneceram a fórmula eleitoral para a maioria absoluta”, criticando “o empenho do primeiro-ministro em promover a polarização com a extrema-direita”.

O PS está empenhado em fazer crescer o Chega, esperando receber do voto assustado o seu seguro de vida”, condena.

Apontando à “sucessão de escândalos que degradou o governo no seu primeiro ano de maioria absoluta”, o BE reitera assim o “combate à promiscuidade entre público e privado e entre política e negócios”.

As facilidades com o poder económico não são pecados individuais, são a política de um sistema que inclui a mesma extrema-direita que, financiada por grandes grupos económicos, só pretende transformar o combate à corrupção num refrão vazio”, lamenta.

“Lutamos para viver bem”, “o negócio da crise”, “por uma viragem na Europa”, “esvaziar a direita radicalizada”, “combates da esperança” e “organização partidária” são outros dos tópicos sobre os quais versa esta moção.