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O Presidente ucraniano voltou a afastar a hipótese de o país ceder território à Rússia como parte de um acordo de paz. Os russos iriam “continuar a voltar”, defendeu Volodymyr Zelensky numa entrevista à BBC nesta quinta-feira.

“Não é sobre a cedência em si. Porque teríamos receio disso? Há milhões de cedências na vida todos os dias. A questão é com quem”, sublinhou o líder ucraniano, acrescentando que não é possível confiar no homólogo russo.

Um diálogo com ele [Putin]? Não, porque não há confiança”, afirmou.

O chefe de Estado disse ainda que as armas modernas ocidentais podem acelerar o processo de paz na Ucrânia. No seu ponto de vista, são a”única linguagem que a Rússia compreende”.

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Questionado sobre as ameaças do Presidente bielorrusso — que esta quinta-feira prometeu uma “resposta cruel” caso as forças de Kiev lancem um ataque sobre Minsk –, Zelensky disse esperar que o país não se junte à invasão russa. “Espero que a [Bielorrússia] não se junte [à guerra]. Se o fizer, vamos lutar e vamos sobreviver”, garantiu.

Lukashenko promete “resposta cruel” a possível ataque ucraniano à Bielorrússia e lança convite inusitado a Biden e Putin

O líder ucraniano regressou na semana passada de uma “maratona diplomática” pela Europa, com paragens no Reino Unido e na França, num esforço para obter caças e armas de longo alcance, e em Bruxelas, onde recebeu garantias sobre a adesão à União Europeia.

“É um privilégio ter-te aqui, Volodymyr.” Zelensky esteve em Londres e Paris para conseguir caças e armas de longo alcance

Nas últimas semanas Kiev tem multiplicado os pedidos por mais armas, em particular os caças e mísseis de longo alcance, numa altura em que aguarda a chegada dos tanques prometidos pelos aliados. Na entrevista à BBC,  Zelensky voltou a defender a importância do armamento, adiantando que a ofensiva russa prevista para a primavera já começou.

“Os ataques russos já estão a acontecer em várias direções”, revelou. O governante disse acreditar que as tropas ucranianas conseguem resistir ao inimigo até serem capazes de lançar uma contraofensiva, que os Estados Unidos antecipam que vai avançar na primavera.