O responsável máximo pela Volvo, Jim Rowan, num discurso muito similar ao dos responsáveis pela Polestar, construtor “irmão” que também pertence ao grupo chinês Geely, veio a público defender a aposta clara e decidida nos veículos eléctricos, maximizando o potencial para a eficiência desta tecnologia. Para tal é necessário investir em plataformas específicas para veículos a bateria, nas fábricas para os conseguir produzir e na fabricação de motores e de células para as baterias.
Acima de tudo, Rowan avisa a concorrência que continuar a fazer depender as suas vendas de veículos equipados com motor de combustão não faz sentido nesta fase de transição, sendo preferível investir não no que se vende agora, mas antecipando o que os clientes vão querer adquirir num futuro próximo, de forma a estar pronta quando o mercado mudar. O alerta foi deixado durante na conferência de apresentação dos resultados da marca, de acordo com o Automotive News. O CEO da Volvo defendeu ainda que o mercado continua a avançar rumo à electrificação, pelo que o melhor que os construtores podem fazer é estar prontos e investir antes da inflexão da procura.
Curiosamente, estes avisos à concorrência vêm de um construtor que ainda não tem no mercado um único veículo 100% eléctrico construído de raiz, uma vez que todos os seus modelos a bateria são ainda concebidos sobre a base (adaptada) de veículos com motores a combustão. É o caso dos XC40 e C40 Recharge, que recentemente foram alvo de um importante upgrade que os tornou mais actuais e competitivos, incrementando a autonomia graças ao investimento em baterias com maior capacidade e em mecânicas mais eficientes. Isto porque o primeiro modelo eléctrico de raiz da marca sueca será o EX90, cuja produção deverá arrancar até ao final do ano nos EUA, devendo chegar ao mercado europeu (e nacional) em 2024.
Em 2022, a Volvo viu os veículos eléctricos representarem 11% do total das suas vendas, um crescimento face aos 4% de 2021, o que pode explicar que no ano transacto este construtor tenha facturado 30 mil milhões de euros, mais 17% do que no ano anterior. Estes números reforçam a ideia de que a aposta nos veículos eléctricos faz sentido, até para as contas do fabricante, que acredita que em 2025 os seus modelos eléctricos atingirão a paridade de preço com as soluções internas com motores de combustão.