O governo brasileiro anunciou esta segunda-feira que mais de cinco mil atendimentos médicos ao povo indígena yanomami foram realizados desde que foi decretada Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional, em 21 de janeiro.

Entre os problemas de saúde mais graves enfrentados por esta comunidade estão casos de malária, diarreia aguda, pneumonia, tuberculose e desnutrição.

A atenção médica está a ser realizada na própria Terra Indígena Yanomami (TIY) e em unidades de saúde localizada na cidade de Boa Vista, estado de Roraima.

De acordo com o Ministério da Saúde, citado na Agência Brasil, 103 profissionais da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) foram enviados para atender os yanomami e foram entregues 5,5 mil cestas de alimentos.

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Deverão ser entregues mensalmente 12,6 mil cestas, para atender 21 mil pessoas em 282 comunidades.

Em paralelo, estão a ser realizadas operações com o objetivo de erradicar a mineração ilegal na terra indígena Yanomami, devastada por milhares de invasores, e que está localizada na região da floresta amazónica.

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Nas últimas semanas, vários órgãos do Estado intensificaram as suas ações para assumir o controlo do território Yanomami e expulsar os cerca de 15 mil mineradores que operavam ilegalmente na área e que são acusados de provocar uma crise humanitária que ameaça a comunidade indígena.

O governo decretou estado de emergência sanitária devido às graves condições de desnutrição e doenças que atingem grande parte dos Yanomami, em parte relacionadas com os produtos tóxicos utilizados pelos mineradores, como o mercúrio.

O número de mineradores ilegais disparou em terras indígenas nos últimos quatro anos, incentivados pelo governo apoiado pela extrema-direita do ex-presidente Jair Bolsonaro, defensor da exploração dos recursos amazónicos.