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O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez está em Kiev esta quinta-feira, 23 de fevereiro, na véspera do primeiro aniversário da invasão russa da Ucrânia. O governante viajou durante a noite de Madrid para a Polónia, partindo depois de comboio para a capital ucraniana, onde chegou às primeiras horas da manhã.
Numa conferência de imprensa que o chefe de Estado ucraniano e o chefe do Governo espanhol prestaram em conjunto, Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, disse que “sente a solidariedade manifestada por Espanha” e “o apoio dos espanhóis para com os ucranianos”.
O apoio humanitário de Espanha “tem feito a diferença nos últimos 12 meses”, continuou o Presidente ucraniano, agradecendo também a hospitalidade do povo espanhol.“A Ucrânia está a defender valores como a liberdade e a democracia”, disse Volodymyr Zelensky,
Pedro Sánchez anunciou que Espanha vai enviar 10 tanques Leopard-2 para a Ucrânia, mais quatro do que tinha sido adiantado na última quarta-feira — chegarão “nas próximas semanas ou meses”, disse o chefe de Estado ucraniano. O primeiro-ministro espanhol admitiu ainda enviar aviões militares para a Ucrânia, ressalvando, no entanto, que o tema tem de ser debatido com os aliados.
“Não tenho dúvida” que é “legítimo” enviar munições para a Ucrânia, disse Pedro Sánchez: “Há um agressor contra a comunidade internacional, que é a Rússia”. Zelensky agradeceu o envio de tanques e de sistemas de defesa anti-aérea, destacando que Espanha está “a ajudar a salvar vidas”.
“Servem para proteger os nossos céus contra o terror dos mísseis russos. Espanha está a ajudar a salvar as vidas dos ucranianos e a proteger as cidades”, disse. Sánchez assegurou que Espanha vai continuar a apoiar a Ucrânia. “Manteremos o nosso apoio enquanto for necessário. A Ucrânia vai vencer”, acredita.
O primeiro-ministro espanhol indicou que Espanha “condena firmemente a invasão ilegal da Ucrânia” e não reconhece “a falsa invasão dos territórios ucranianos”. Por isso, apelou à “retirada imediata” das tropas russas.
Apesar de Espanha ter enviado armamento para a Ucrânia, sublinha que é “necessário mais para deter a Rússia”. “Não estão sozinhos nesta guerra. Estaremos ao lado da Ucrânia enquanto for necessário.”
Sánchez reiterou ainda aquilo que está em causa é a defesa da Ucrânia — e não um ataque à Rússia. “Estamos a defender a Ucrânia, não a atacar a Rússia”, disse. “Estamos a defender um povo que está a ser agredido”.
Questionado sobre se tem sentido pressão por parte dos líderes ocidentais para negociar com a Rússia, Zelensky respondeu que sentiu mais pressão “antes da guerra” — e caracterizou a invasão como “o ataque mais cruel dos últimos 80 anos”.
“Estaremos ao lado da Ucrânia e do seu povo até que a paz retorne à Europa”
Antes da conferência de imprensa, um vídeo publicado no Twitter do presidente do governo de Espanha mostrou Pedro Sánchez a descer do comboio, vindo da Polónia, e a ser recebido pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, o embaixador da Ucrânia em Madrid e o embaixador de Espanha na Ucrânia.
Numa mensagem colocada nas redes sociais, o governante espanhol recordou que esta é a segunda visita a Kiev desde o início da guerra no país — a primeira foi em abril do ano passado. “Estaremos ao lado da Ucrânia e do seu povo até que a paz retorne à Europa“, prometeu Pedro Sáchez.
Vuelvo a Kyiv un año después del inicio de la guerra.
Estaremos al lado de Ucrania y de su gente hasta que la paz regrese a Europa.
Сьогодні повертаюся до Києва.
Ми будемо з Україною та її народом, поки до Європи не повернеться мир. pic.twitter.com/9ekUL9Lmfl
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) February 23, 2023
O governante repete assim a mensagem que tinha deixado na quarta-feira pouco antes da partida para Kiev: “Espanha é um país solidário, de ajuda e de acolhimento. O povo ucraniano pode sempre contar connosco“, disse após uma visita a refugiados ucranianos em Espanha.
A primeira paragem de Pedro Sánchez foi Bucha. Um vídeo captado por Luis de Vega, jornalista do El País em Kiev, mostra um pároco dos arredores da cidade a partilhar com o governante espanhol as imagens da vala comum que foi aberta nos terrenos da da Igreja de San Andrés para enterrar as dezenas de pessoas que morreram após uma das mais violentas investidas russas naquela região do país.
Pedro Sánchez recibe explicaciones del sacerdote de la Iglesia de San Andrés de Bucha, a las afueras de Kiev, sobre la fosa común con decenas de cadáveres que hubo que excavar en el recinto durante la ocupación rusa.
Vídeo @Ldevega pic.twitter.com/yugP3QQb4N
— Luis de Vega (@Ldevega) February 23, 2023
A seguir, o primeiro-ministro de Espanha seguiu para Irpin, o ponto mais próximo de Kiev que os militares russos alcançaram. Pedro Sánchez visitou a cidade na companhia de Oleksandr Markushyn, o autarca da cidade.
Pedro Sánchez, en Irpin junto al alcalde, @markushyn . Irpin fue el último punto del que no lograron pasar los rusos en su intento de tomar Kiev.
Vídeo @Ldevega pic.twitter.com/UwdyIIQGr6
— Luis de Vega (@Ldevega) February 23, 2023
Só depois da passagem por Irpin é que Pedro Sánchez seguiu para a reunião agendada com Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, onde os dois prestaram uma conferência de imprensa conjunta.